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68 Setembro 2025 | AutoData INDÚSTRIA » MONTAGEM SKD janeiro a agosto, 38,5 mil trazem um emblema de marca chinesa na grade frontal, segundo dados da ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico. A maior parte, 34,5 mil, são foram importados pela BYD. Agora a GM se aproveita de sua operação com a SAIC na China – e dos custos imbatíveis que o país tem para produzir veículos eletrificados – para também tentar tomar um pedaço desse novo mercado no Brasil. O Spark é o primeiro passo dessa estratégia: ainda importado totalmente montado da China, o SUV compacto começou em setembro a ser vendido nas 138 concessionárias Chevrolet habilitadas a vender 100% elétricos. Ao colocar o Spark à venda, com dimensões e preços que competem com alguns dos elétricos mais vendidos por aqui, a expectativa da GM é a de que o segmento some mais de 70 mil unidades no ano: “É o tamanho do mercado dos sedãs médios”, destacou Paula Saiani, diretora de marketing de produto da GM América do Sul. Os Chevrolet elétricos chineses se enquadram na terceira fase do planejamento de eletrificação do portfólio da GM no Brasil, iniciado em 2019 com a importação do Bolt EV, depois em 2022 com o Bolt EUV e fortalecido no ano passado com a chegada do Equinox EV e Blazer EV. São todos modelos bem mais caros. O objetivo agora, segundo Saiani, é fazer volume com preços menores. O Spark tem as credenciais para cumprir este objetivo: chega com preço promocional de lançamento de R$ 160 mil, que posiciona o modelo para concorrer na faixa intermediária do BYD Dolphin ao Dolphin Plus, com o diferencial de ser um SUV. Embora homologado apenas para quatro passageiros o Spark tem design atraente e 4 metros de comprimento, 2,56 metros de entre-eixos e 1,76 metro de largura. Outra aposta é a chancela de uma marca que existe há 100 anos no mercado brasileiro. O respaldo da gravata no para- -choque dianteiro, avalia Saiani, será um diferencial na hora daquele consumidor ainda ressabiado com os elétricos optar por comprar um veículo a bateria. O SPARK A engenharia local trabalhou bastante na adaptação do modelo para o mercado local. Segundo a GM o Spark vendido aqui é exclusivo para os brasileiros. Tem itens não muito comuns para sua faixa de preço, como o sistema que reconhece o motorista pela chave e prepara o veículo para seu uso de acordo com pré-configurações de ajuste de assento, encosto e volante. Também traz sistema multimídia de 10,1 polegadas, que espelha smartphones via Apple CarPlay e Android Auto. Como carro elétrico tem dois espaços para guardar bagagens: no porta-malas e no capô dianteiro. O motor elétrico dianteiro alcança 101 cv e o torque é imediato de 180 Nm. A bateria de 42 kWh oferece autonomia de 258 quilômetros, segundo medição padronizada do Inmetro. O desempenho, testado nas ruas de Brasília, DF, não traz grandes novidades para quem já está acostumado com elétricos importados da China: direção suave, silenciosa, sem grande emoção, mas com resposta rápida à aceleração e frenagem. É divertido e gostoso de guiar e os ADAS, sistemas avançados de assistência ao motorista, garantem segurança extra, embora em velocidades mais altas gere alguma desconfiança. O Spark é feito sob medida para o uso urbano, como se propõe.

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