8 FROM THE TOP » PAULO SOLTI, STELLANTIS Setembro 2025 | AutoData O negócio é circular Com passagens em cargos de liderança da Renault, Rede Midas, Volvo Car, Citroën e Grupo PSA, a maior parte dos mais de 27 anos da carreira de Paulo Solti na indústria automotiva foi dedicada à área de pós-vendas. Hoje, como vice-presidente da Stellantis responsável pelas operações de peças e serviços da maior fabricante na América do Sul, as atribuições de Solti vêm se ampliando, agregando negócios para muito além das oficinas das concessionárias. Está sob supervisão sua a incursão da fabricante no vasto mercado independente de reparação e reposição de peças, que no Brasil representa 80% do negócio de aftermarket e gira nada menos do que € 18 bilhões por ano. A ambição da Stellantis de abocanhar parte relevante deste faturamento cresceu com a aquisição da DPaschoal, uma gigante do aftermarket brasileiro da qual Solti também é o CEO e já prepara sua expansão. Em um negócio que Solti diz ser preciso ter uma visão de 360 graus, desde 2021 suas funções também avançaram para operações de economia circular, gerando novas receitas com a reutilização, remanufatura e reciclagem de materiais e componentes, até chegar ao ápice de uma contradição: enquanto a maioria dos executivos de uma montadora trabalha para montar e vender veículos, Solti comanda o processo oposto, para desmontá- -los e fazer disto um negócio rentável, que pode chegar à casa dos bilhões de reais, como ele conta na entrevista a seguir. A área de pós-venda sempre pareceu negligenciada pelos fabricantes de veículos. Hoje o aftermarket ganhou mais importância nos negócios das montadoras? Aftersales e aftermarket têm de ser diferenciados. Historicamente as montadoras sempre olharam para o aftersales [pós-venda], que é tudo aquilo ligado após a compra dos seus produtos, pensando na satisfação do cliente, em oferecer o melhor serviço, para que ele possa ter tranquilidade durante a utilização do seu carro. Na Stellantis também olhamos para o aftermarket, que inclui o aftersales, para oferecer uma boa experiência aos clientes nas nossas redes de oficinas. Com a aquisição da Norauto, na Argentina, e da DPaschoal, no Brasil, além da Eurorepar [já existente em ambos os mercados], nós entramos fortemente no mercado [independente de peças de reposição e reparação]. Ou seja: temos um olhar para toda a cadeia, todo o segmento de aftermarket. Para dar um número hoje o mercado de peças e serviços do Brasil está estimado em € 20 bilhões [por ano], e as montadoras atuam só em 20% do segmento, os 80% restantes são chamados de mercado independente. Por isto olhamos para o potencial desse Entrevista a Pedro Kutney Clique aqui para assistir à versão em videocast desta entrevista
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