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17 AutoData | Outubro 2025 do setor automotivo já tiveram projetos aprovados. Também temos no BNDES a linha Mais Inovação, de R$ 108 bilhões, com taxa negativa [abaixo da inflação] em torno de 4,7% ao ano, para quem quiser investir em inovação. São ferramentas para estimular todas as rotas tecnológicas e verticalizar a cadeia produtiva. Em um horizonte de um a dois anos à frente como o senhor projeta o desenvolvimento da cadeia automotiva do Brasil? Temos alguns desafios. Primeiro: precisamos manter o crescimento econômico. O governo do presidente Lula conseguiu fazer a economia brasileira voltar a crescer acima de 3%, com a taxa de desemprego de 5,8%. Manter esse ritmo é fundamental para sustentar o consumo do setor automotivo. Outro desafio é estimular a exportação, principalmente, nesse curto prazo, para a América Latina, onde perdemos mercado para veículos chineses. O terceiro ponto é o investimento em infraestrutura da cadeia de abastecimento dos carros eletrificados. O Brasil tem dimensão territorial muito grande e por isto o híbrido será a primeira opção de eletrificação. Nesse sentido também é necessário estimular a tecnologia genuinamente nacional dos biocombustíveis, que promove descarbonização até maior do que um carro elétrico quando se faz a mensuração do poço à roda. Além de tudo isto é essencial que as políticas industriais tenham caráter de Estado, não de governo, porque se houver interrupção ao mudar o governo se rompe com o princípio da previsibilidade que o setor produtivo tanto precisa para fazer investimentos. bilhões a mais em gastos com serviço da dívida pública. Os fabricantes da China que estão chegando ao Brasil trarão mais desenvolvimento ao setor ou vieram só para explorar o mercado? Todo investimento é bem-vindo mas não podemos aceitar que o Brasil se torne uma “maquila” só com montadoras de CKD e SKD. Por isto, no Mover, quanto maior for o nível de agregação de valor e verticalização no País maior o benefício tributário. O que nós queremos é empresas que façam transformação tecnológica, que invistam em pesquisa e desenvolvimento, que inovem aqui, e não para transformar o Brasil em um mercado para desovar excesso de capacidade produtiva. Atualmente a indústria automotiva importa muitos componentes que não são produzidos no País, ainda não produz a maior parte dos sistemas para veículos eletrificados, como as baterias. O MDIC adota incentivos suficientes para adensar esta cadeia produtiva? O Mover prevê incentivos [créditos tributários] para a habilitação de qualquer investimento vinculado ao adensamento da cadeia produtiva, seja para carros híbridos ou 100% elétricos, ou para o desenvolvimento de baterias. E para além do Mover nós criamos diversos instrumentos de crédito, como o Plano Mais Produção, do BNDES, uma linha de financiamento de R$ 643 bilhões para quem quiser investir no Brasil. Recentemente abrimos o edital BNDES- -Finep para atrair centros de pesquisa e desenvolvimento. Algumas empresas

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