22 Outubro 2025 | AutoData PERSPECTIVAS 2026 » MACROECONOMIA para retratar expectativas além dos vícios do setor financeiro. Sobre as projeções Haroldo Silva alerta para um possível impacto na economia em razão das tensões ocorridas no cenário internacional, especialmente por causa de disputas geopolíticas que se desdobram em disputas comerciais, como o tarifaço aplicado pelos Estados Unidos a diversos países e com mais força ao Brasil. O economista avalia que a balança comercial brasileira poderá será afetada por um outro fator: “A desaceleração do Projeções macroeconômicas do mercado Fonte: Relatório de Mercado Focus/BC 13/out/2025 // *IBGE PIB (%) Dólar (R$) Inflação IGP-M (%) Dívida pública líquida (% PIB) Balança comercial (US$ bi) Inflação IPCA (%) Taxa média anual de desemprego (%)* Juro Selic (% aa) Conta corrente externa (US$ bi) Investimento Estrangeiro Direto (US$ bi) 1,80 5,50 4,20 70,80 65,72 4,28 6,80 12,25 -65,35 70,00 2,16 5,45 0,95 65,76 62,00 4,72 5,60 15,00 -69,00 70,00 2026 2025 crescimento da economia chinesa não chega a ser um desastre mas pode provocar avalanche de produtos chineses em outros países, incluindo o Brasil”. Com relação aos juros globais ele prevê que permaneçam em alta em razão das pressões inflacionárias experimentadas no mundo. SELIC DRENA PRODUÇÃO No Brasil Silva observa que a inflação caminha para um nível de controle, embora permaneça acima da meta “muito ambiciosa” de 3% para o padrão histórico de organização e de indexação da economia brasileira. O economista defende ainda a retomada dos estoques reguladores por parte do governo, para manter a oferta de alimentos essenciais, como arroz, feijão e batata, e evitar o impacto sobre os preços. Silva considera o patamar atual da Selic, de 15%, fator que institui restrição monetária “apertadíssima”, que inibe o setor produtivo e o consumo. O economista observa que o juro alto torna mais atraente a compra de título público – o que é possível para a menor parcela da população – e encarece o custo financeiro do crédito, do capital de giro, a economia e os produtos: “Existe uma drenagem de toda atividade produtiva para o setor financeiro e isso é extremamente concentrador de renda, pois pune aqueles que dependem de crédito e pagam mais pelos produtos, que são a maioria dos brasileiros”. Em linhas gerais o economista do Corecon prevê que o PIB cresça de 2% a 2,2% em 2025 e 2% em 2026 – ano eleitoral e de economia “resfriada”. A Selic, por sua vez, deve recuar um pouco a partir do fechamento de 2025, para 14,75% e 12,5% ao longo de 2026. Seguindo o mesmo comparativo o dólar deverá flutuar de R$ 5,40 reais em 2025 a R$ 5,50 em 2026, enquanto a inflação fica em 4,7% este ano e 4,1% no próximo. INDÚSTRIA PERDE FÔLEGO A indústria de transformação está longe de crescer significativamente e se ressente do impacto provocado pela alta dos juros.
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