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25 AutoData | Outubro 2025 comerciais de países, especialmente dos Estados Unidos e da China: “Creio que a economia no mundo tende a desacelerar e a inflação a crescer. Problemas fiscais também devem aumentar, inclusive na Europa”. No ambiente doméstico Fernandez observa, no entanto, que os números estão em patamar “confortável”, tanto para a estimativa de alta do PIB quanto para a inflação, que desacelera “devagar”, ainda que acima da meta oficial de 3%, com teto de 4,5%, e câmbio mais acomodado. Na sua opinião o gargalo está nos gastos públicos, que jogam por terra o arcabouço fiscal do governo: “Vemos a dívida pública bruta do País subindo rapidamente para alcançar montante que representa 80% do PIB”. Em agosto este porcentual chegou a 77,5%, mesmo nível do mês anterior. Tereza Fernandez destaca outro gargalo proveniente da desaceleração do crédito, que recuou de uma expansão de 30% em outubro do ano passado para a média atual de 8%, devido ao alto endividamento das famílias e do aumento da inadimplência. Estes fatores, combinados com juros altos, devem tornar o crédito mais restritivo para a aquisição de veículos. Igor Rocha Rodrigo Nishida Haroldo Silva Tereza Fernandez Projeções economistas PIB 2025 2026 2025 2026 2025 2026 2025 2026 Inflação IPCA Dólar/R$ Selic 2,2% 2,0% 2,4% 1,9% 2,2% 1,7% 2,2% 2,0% 4,7% 4,1% 4,8% 4,3% 4,9% 4,8% 4,9% 4,4% 14,75% 12,50% 14,75% 12,25% 15,0% 13,50% 15,0% 12,50% 5,40 5,50 5,50 5,60 5,30 5,50 5,70 5,70 câmbio com pouca oscilação, encerrando os anos em R$ 5,50 e R$ 5,60, e Selic de 14,75% e de 12,25%. O economista observa que a economia brasileira está em processo de desaceleração nos últimos meses, mas não em um forte processo de queda, com base nos desempenhos registrados nos últimos anos. Para ele a melhora do cenário no setor produtivo é ter condições para que o juro de mercado caia: “A economia brasileira tem mostrado uma força bastante significativa para enfrentar momentos desafiadores como o atual”. ÁREA FISCAL PREOCUPA Tereza Fernandez, consultora econômica da Fenabrave, projeta crescimento do PIB de 2,2% este ano e na faixa de 1,4% a 1,7% para o próximo. A Selic deve se manter em 15% até dezembro e recuar gradativamente para 13% ou 13,5% no fechamento de 2026, enquanto a inflação permanece na faixa de 4,9% a 5,1% este ano e de 4,5% a 4,8% em 2026. Já o câmbio deve oscilar de R$ 5,20 a R$ 5,30 até dezembro e de R$ 5,00 a R$ 5,50 no fechamento do ano que vem. A economista ressalta a importância de se considerar possíveis impactos gerados a partir de disputas geopolíticas e

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