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41 AutoData | Outubro 2025 se posiciona com a criação de sua própria desmontadora, e a Porto expande seu programa Renova. O desafio, para o sócio-diretor da Piera, é que a regulamentação ainda não está completa. Apesar de já existirem empresas comprando créditos de veículos reciclados a legislação incompleta impede o efetivo abatimento destes créditos. A falta de definição sobre como vai ser medido, como vai ser gerado o crédito gera uma pressão para que a legislação seja finalizada. Roa aponta que, embora o MDIC já tenha publicado minutas das portarias que faltam e a ideia do Mover seja desburocratizar, a implementação tem se mostrado bastante complexa. Diversas regulamentações ainda estão pendentes, como as portarias que definem as medições de reciclagem veicular e as emissões do berço ao túmulo, da produção ao fim da vida do veículo: “As metas já existem mas os regulamentos de como chegar a essas métricas estão em fase finalização. A grande discussão sobre a pegada de carbono e o inventário também está em aberto”. O sócio-líder da KPMG também menciona que, para fins de auditoria, a portaria para entrega do memorial-base 2024 – projetos e investimentos em P&D – deve ser entregue até o fim de janeiro ou fevereiro de 2026. No entanto, para elaborar este documento ainda faltam orientações específicas e um manual de boas práticas que está sendo discutido pela Anfavea, AEA e MDIC: “Este manual será a base para as auditorias poderem acompanhar as empresas com relação ao Mover no futuro, e sua publicação ainda não se concretizou”. LIÇÕES DE CASA O Mover é o terceiro ciclo consecutivo de incentivos ao setor automotivo desde o Inovar-Auto, em 2012, o que, para a indústria, reforça a ideia de que o Brasil está construindo uma política de Estado com maior previsibilidade. É um programa ambicioso e transformador, impulsionado pelo IPI Verde e pela pressão por mais sustentabilidade ambiental. Os benefícios do programa são claros, incentivando o investimento e a localização de projetos inovadores de nível mundial para o Brasil. No entanto os desafios na gestão e na limitação de crédito continuam a ser um entrave, que dificultam a atração de investimentos ao País, pois as fabricantes de veículos e de autopeças não conseguem garantir os benefícios prometidos às suas matrizes no Exterior, avalia Tripodi. A publicação de uma lista ampliada de autopeças não produzidas no Brasil reduz o imposto de importação sem ampliar os beneficiários do Mover, “o que pode comprometer a indústria nacional”, alerta o consultor da Piera. A efetividade e o impacto máximo do programa ainda dependerão de ajustes na distribuição de créditos tributários para projetos e da finalização urgente das regulamentações pendentes, para garantir acesso equitativo a todo o ecossistema automotivo brasileiro. Imagem gerada por IA/Gemini

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