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43 AutoData | Outubro 2025 Em paralelo o governo quer incentivar a engenharia instalada no Brasil a generalizar o desenvolvimento de produtos definidos por software. São veículos que têm suas principais funções controladas e aprimoradas por meio de programas computacionais em vez de sistemas fixos. A ideia é desenvolver plataformas OTA, atualizadas por meio de conexão com a internet. CENÁRIO 2030 Com as rotas tecnológicas definidas o governo espera que, em um cenário- -base traçado para 2030, a indústria já tenha espalhado pelo País dezenas de modelos de carros híbridos flex como solução de custo eficiente para reduzir emissões, com plataformas globais projetadas no Brasil e softwares desenvolvidos pela engenharia brasileira que podem ser exportados. Também é esperado forte aumento de participação nas frotas urbanas de ônibus, caminhões e furgões elétricos, além de larga escala de uso de biometano e HVO por veículos pesados rodoviários – o plano é criar um corredor continental na América do Sul para abastecer caminhões a biometano com contratos de redução de CO2 para incentivar a cadeia. Em um cenário para 2035, definido como “ambicioso”, a expectativa é que toda a cadeia produtiva da indústria automotiva esteja monitorada por métricas integradas de emissões de carbono, que sejam criados polos exportadores de componentes e que esteja amadurecida a economia circular do setor, com amplas operações de reciclagem de materiais e remanufatura de componentes rastreados, incluindo baterias. AÇÕES COORDENADAS E IMEDIATAS Na visão do MDIC a indústria deve, desde já, começar a adotar ações integradas em diversos campos para que o cenário proposto seja alcançado. Para o desenvolvimento de novos produtos o governo propõe que os novos projetos já incorporem a análise de seu ciclo de vida Pedro Kutney desde o início dos trabalhos, com adoção da tecnologia de gêmeos digitais para reduzir o tempo de desenvolvimento e estabelecer metas de conteúdo reciclado desde o primeiro traço. Para aumentar o uso de energia renovável a sugestão é desenvolver programas piloto de BESS, bancos de baterias, em garagens de ônibus urbanos, bem como instalar postos de abastecimento biometano e HVO em corredores estratégicos de circulação de veículos pesados rodoviários. Na gestão de dados, para medir com precisão as metas de eficiência e emissões, a indústria deverá padronizar os sistemas de telemetria instalados nos veículos. Também as pessoas que trabalham na indústria devem receber requalificações diante das várias transformações tecnológicas, para aprender a trabalhar com software automotivo, análise de ciclo de vida do produto, cibersegurança e eletrificação. Segundo indica a diretora do MDIC políticas industriais como o Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, agora integrado ao RenovaBio, que premia com créditos o uso de biocombustíveis, regulam o setor e já incentivam a indústria a tomar o rumo desejado pelo governo até a virada da década. “O Brasil tem vocação energética de baixo carbono, diversidade industrial e competência técnica de engenharia para desenvolver a indústria automotiva do futuro”, resumiu Margarete Gandini.

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