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46 Outubro 2025 | AutoData PERSPECTIVAS 2026 » AUTOPEÇAS possível redução na taxa Selic ao longo do ano, que melhoraria as condições de crédito. O mercado de trabalho, que está aquecido, também impulsiona o consumo”. IMPULSO DAS MONTADORAS Para o faturamento do setor a expectativa do Sindipeças é de alta de 3% no ano que vem, somando R$ 284,1 bilhões. Também em ritmo menor de alta, pois a projeção para o fim de 2025 é de elevação de 6,5% sobre 2024, alcançando R$ 275,8 bilhões. Tanto o mercado OEM, de fornecimento direto às montadoras, como o de reposição impulsionam o crescimento, diz Sahad. A principal demanda, porém, é a dos fabricantes de veículos, que respondem por mais de 60% do faturamento total, e este é o que mais cresce: de janeiro a agosto a receita subiu 13,6% sobre o mesmo período do ano passado, enquanto a reposição registrou avanço de 2,2%. Para 2026 o presidente do Sindipeças acredita em crescimento, embora em ritmo menor, do mercado OEM e manutenção dos volumes na reposição: “Este mercado tende a se manter mais estável e resiliente, sustentado pela frota em circulação”. Os investimentos do setor de autopeças deverão se manter, em 2026, na casa dos R$ 6,6 bilhões que estão projetados para serem aplicados este ano, e que representam alta de 3% sobre os R$ 6,4 bilhões do ano passado. “Contrariando a expectativa de que seria impactado negativamente pela alta taxa Selic, que encarece os financiamentos, o fluxo de investimentos permanece ativo. Ele é impulsionado tanto por fornecedores de novas montadoras e pela modernização da capacidade produtiva do setor quanto pelo Programa Mover [Mobilidade Verde e Inovação] que estimula os aportes estratégicos e inovação na cadeia industrial.” TARIFAÇO E EXPORTAÇÕES Em 2024 em torno de 17,5% das exportações brasileiras de autopeças tiveram como destino os Estados Unidos, segundo maior comprador dos produtos da indústria brasileira, atrás apenas da Argentina. De janeiro a agosto as vendas caíram 6,8% e a participação baixou a 15,2%. A razão principal foi a decisão do presidente Donald Trump de, desde maio, aplicar uma sobretaxa de 25% para todas as autopeças destinadas a veículos de passageiros e comerciais leves com até 5 toneladas de capacidade de carga. A decisão atingiu todos os países, inclusive os parceiros comerciais tradicionais estadunidenses, México e Canadá – que depois conseguiram reverter em parte a sobretaxação. Em agosto as autopeças para veículos comerciais acima de 5 toneladas, que já eram tributadas em 10%, ganharam acréscimo de 40 pontos porcentuais nas tarifas, dentro do tarifaço aplicado exclusivamente ao Brasil, por questões político-ideológicas. O motivo que levou o presidente “ Contrariando a alta taxa Selic, que encarece os financiamentos, o fluxo de investimentos do setor de autopeças permanece ativo.” Cláudio Sahad, Sindipeças Divulgação/Sindipeças

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