47 AutoData | Outubro 2025 dos Estados Unidos a aplicar estas tarifas somente aos pesados, e não aos leves, ainda é um mistério. O mais curioso é que os componentes para veículos pesados antes eram exceção e, depois do tarifaço ao Brasil, a exceção ficou sendo as peças para os leves. “O que o Sindipeças e suas associadas buscam é que as peças para veículos com capacidade acima de 5 toneladas sejam incluídas na Seção 232, como os componentes para leves, de até 5 toneladas, foram inseridos”, afirma Sahad. “Eles pagam 27,5% de imposto de importação, enquanto as alíquotas de pesados subiram para 52,5% desde 6 de agosto.” Segundo o presidente do Sindipeças a entidade trabalha em diversas frentes para reverter a situação adversa, em reuniões com autoridades de alto escalão do governo brasileiro e do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Mas, aparentemente, a questão só deverá ser resolvida com o andamento das negociações iniciadas por Lula e Trump após o encontro na Assembleia Geral da ONU, no fim de setembro, continuadas por uma videoconferência dias depois e que, agora, prosseguem pelas mãos da diplomacia dos dois países. Para complicar mais ainda a questão das vendas externas no fim do ano o principal parceiro do Brasil, a Argentina, entrou em turbulência – para lá são embarcadas mais de um terço das exportações de autopeças. O presidente Javier Milei, que vem promovendo processo de recuperação da economia, envolveu-se em escândalos políticos e fez tremer as bases de um país ainda não recuperado. Sahad vê riscos para 2026, tanto na exportação de peças como na de veículos. “A perda de fôlego da demanda doméstica, a incerteza sobre as exportações para a Argentina e a manutenção dos impactos das sobretaxas dos Estados Unidos contribuem para o crescimento mais contido do faturamento em relação a 2025”, diz o presidente do Sindipeças. Que acrescenta mais um fator de preocupação: os chineses: “O aumento expressivo das importações de autopeças, especialmente chinesas, favorecido pelo câmbio relativamente valorizado, representa um desafio para o desenvolvimento do setor. Estima-se que até o fim de 2026 estejam presentes no Brasil cerca de quinze marcas com origem na China”. Por estas razões o Sindipeças está mais cauteloso com relação às exportações: em 2026 a expectativa é de baixa de 4,7%, para US$ 7,9 bilhões. Este ano as vendas externas deverão encerrar com 5,5% de alta, somando US$ 8,3 bilhões. Em contrapartida as importações, que este ano deverão subir 14%, para US$ 23,9 bilhões, seguirão seu caminho para cima no ano que vem, com novo avanço de 10%, totalizando US$ 26,3 bilhões. Divulgação/Eaton
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