» EDITORIAL AutoData | Outubro 2025 Diretor de Redação Leandro Alves Conselho Editorial Isidore Nahoum, Leandro Alves, Márcio Stéfani, Pedro Stéfani, Vicente Alessi, filho Redação Pedro Kutney, editor Colaboraram nesta edição Aline Chaves, André Barros, Caio Bednarski, Lucia Camargo Nunes, Mário Curcio, Rúbia Evangelinellis, Soraia Abreu Pedrozo Projeto gráfico/arte Romeu Bassi Neto Fotografia DR/divulgação Capa Imagem gerada por IA/Gemini Comercial e publicidade tel. PABX 11 3202 2727: André Martins, Luiz Giadas e Rosa Damiano Assinaturas/atendimento ao cliente tel. PABX 11 3202 2727 Departamento administrativo e financeiro Isidore Nahoum, conselheiro, Thelma Melkunas, Hidelbrando C de Oliveira, Vanessa Vianna ISN 1415-7756 AutoData é publicação da AutoData Editora e Eventos Ltda., Av. Guido Caloi, 1000, bloco 5, 4º andar, sala 434, 05802-140, Jardim São Luís, São Paulo, SP, Brasil. É proibida a reprodução sem prévia autorização mas permitida a citação desde que identificada a fonte. Jornalista responsável Leandro Alves, MTb 30 411/SP autodata.com.br AutoDataEditora autodata-editora autodataseminarios autodataseminarios Por Pedro Kutney, editor Juro, juro, juro... Juro. Esta é a palavra mais citada na grande maioria das noventa páginas editoriais desta edição de AutoData – dentro e fora da tradicional edição especial Perspectivas que todos os anos costumamos publicar neste outubro. Pois a estratosférica – e absurda para muitos aqui ouvidos – taxa de juro praticada no País, de 15% básicos estipulados pelo Banco Central que se transformam em algo de 25% a 30% para o consumidor final, ativou um indesejado breque na economia e, por consequência, contaminou as perspectivas da indústria automotiva, que foram revisadas para baixo este ano com contágio já escalado para 2026. Ainda há esperança de crescimento, mas menor do que nos últimos anos, com evolução de produção, vendas domésticas e exportações de veículos em ritmo contido ou mesmo negativo para o ano que vem. A justificativa para o desempenho ruim? Juro, juro e mais juro. Independente do governo e vassalo do mercado o Banco Central com sua injustificável Selic de 15% ao ano – segundo maior juro real do planeta –, persegue uma miragem: meta de inflação de 3% ao ano, algo impossível em um país em desenvolvimento com muitas demandas reprimidas de consumo ao longo de anos – inclusive por carros –, e que tem a possibilidade de suprir essas demandas com aumento de renda trazido por taxas de desemprego que sugerem, pela primeira vez na história, o pleno emprego. O juro escandalosamente elevado está, sim, trazendo a inflação para baixo, mas ainda longe da meta e com custo elevadíssimo para a economia, especialmente para o setor produtivo do País, que a esta altura certamente prefere colocar seu dinheiro para dormir no banco em vez de investir em máquinas e pessoal para produzir mais. Todos os economistas ouvidos nesta edição avaliam que o BC vai baixar a taxa básica de juros, mas as estimativas indicam a Selic ainda em patamar muito alto ao fim de 2026, na casa dos 12%, o que significa que o crescimento de todos os setores produtivos continuará restrito, com crescimento do PIB projetado na média de 2,2% este ano e 1,8% no próximo – bem menos do que os 2,9% e 3,4% dos últimos dois anos. Economistas que previram – ou torceram por – crescimento muito menor em 2023 e 2024 e erraram por muito, este ano devem estar felizes por estarem perto de acertar a aposta, com a ajuda de juros infelizes.
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