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53 AutoData | Outubro 2025 Mas também há um caso correndo por fora da fórmula de montar motos em Manaus. Desde 2005 operando com motos importadas da China pelo Porto de Suape, PE, a Shineray mostra grande apetite pelo mercado brasileiro, espera terminar 2025 com 120 mil unidades vendidas, 56% a mais do que em 2024. “E em 2026 cresceremos de 10% a 20%”, estima o gerente geral de negócios no Brasil, Wendel Lazko. “Nossa rede tem hoje 339 concessionárias, a maior parte nas regiões Norte e Nordeste. Até o fim do ano abriremos mais 150, com ênfase no Sudeste e Sul.” Desde 2021 a marca ocupa a terceira posição em vendas de motos no País. Neste período de quatro anos a participação subiu de 1,2% para cerca de 6% no acumulado até setembro de 2025. Essa fatia foi conquistada com vários lançamentos de baixa e média cilindrada. A lista de modelos à venda passa de trinta. E a intenção é seguir com o plano de importação, sem considerar a montagem em Manaus, diz Lazko: “Acho difícil esse deslocamento”. CRÉDITO E CONSÓRCIO FAVORECEM Os financiamentos respondem por 32% das compras de motos no País e, de acordo com a B3, as vendas por esta modalidade cresceram 6,8% no acumulado janeiro-agosto, na comparação com o mesmo período de 2024. Arcélio Jr, da Fenabrave, afirma: “O crédito é fundamental para todos os segmentos automotivos e seguirá como uma das preocupações do setor em 2026”. A participação dos consórcios na venda de motos é de 32%. Segundo a Abac, Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio, a venda de cotas para o segmento de duas rodas cresceu 9,4% no acumulado deste ano até agosto sobre iguais meses de 2024. Para que o mercado de motos siga em expansão o ponto de atenção reside justamente na oferta de modalidades de financiamento, como observa o presidente da Abraciclo, Marcos Bento: “Estamos sempre atentos ao cenário macroeconômico. Especialmente diante da alta dos juros e do avanço da inflação o consumidor acaba comprando menos ou adiando a compra”. PERDA DE EXPORTAÇÃO O Brasil já exportou mais de 150 mil motos por ano, mas os produtos nacionais perderam espaço em razão do avanço das asiáticas. Em 2024 foram embarcadas menos de 31 mil unidades e a projeção para este ano é de apenas 35 mil. Os principais destinos no ano passado foram Argentina, Estados Unidos, Colômbia, Peru e Austrália. A Abraciclo atribui os baixos volumes à economia fragilizada de países do Mercosul, da América Latina em geral e também à legislação brasileira de emissões, Promot M5, mais rigorosa do que em nações vizinhas: “Para aumentar consideravelmente as exportações seria necessária a criação de uma política industrial com foco na desburocratização, em negociações governamentais de acesso, infraestrutura logística, acesso ao crédito e, principalmente, harmonização regulatória”, opina Bento. A líder de mercado Honda também atribui a queda de suas exportações à necessidade de focar sua produção no mercado interno, já vem operando perto do limite. Divulgação/Honda

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