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85 AutoData | Outubro 2025 juros no Brasil em conjunto com os efeitos negativos, tanto nas exportações como no mercado interno, provocados pelo aumento de tarifas de importação dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. De acordo com o dirigente da Abimaq o crescimento do faturamento dos fabricantes de janeiro a agosto foi de 18% na comparação com iguais meses do ano passado. Mas, com as exportações menores e o mercado interno retraído, este porcentual de expansão deverá se reduzir até dezembro, fechando 2025 na casa dos 10%. Mesmo com a projeção reduzida o crescimento sobre 2024 representa a recuperação de parte do que foi perdido, mas ainda ficará abaixo da média anual de vendas das fábricas para a rede, que costuma girar em torno de R$ 75 bilhões. IMPACTO EXTERNO E INTERNO A redução das vendas externas de máquinas agrícolas é o impacto mais aparente do aumento de tarifas: “O tarifaço do Trump nos atingiu e, por isto, a exportação para os Estados Unidos será menor, afetando a projeção para o ano”. Segundo Bastos os embarques para os Estados Unidos representam 1,3% do faturamento total dos fabricantes de máquinas instalados no País: esta parcela dos negócios provavelmente não vai mais acontecer até que as tarifas voltem ao patamar anterior. No total é esperado que as exportações do setor em 2025 cheguem a US$ 1,5 bilhão, já levando em conta a redução drástica de embarques a clientes nos Estados Unidos. Além disto há um fator indireto das tarifas que também impactam negativamente o setor: a elevada taxação de alguns produtos do agronegócio que são exportados para os Estados Unidos, caso do café e da carne, reduz os ganhos dos produtores que, por consequência, investirão menos na compra de máquinas ao longo do segundo semestre. Em conjunto com a queda das receitas externas o encarecimento do crédito também puxa para baixo o crescimento do setor: “Este ano a taxa de juros segurou Divulgação/Abimaq a venda da rede para os produtores e, por isto, os pedidos não foram maiores. Se os juros fossem menores com certeza as vendas seriam maiores”. TENDÊNCIA DE ESTABILIDADE Para 2026 Bastos acredita que ainda é cedo para cravar como será o mercado interno, porém sua expectativa inicial é de um ano estável na comparação com 2025, tanto no mercado interno como para as exportações, com a possibilidade de um leve crescimento, com as vendas das fábricas para a rede chegando a R$ 70 bilhões: “O cenário não deve mudar muito de um ano para o outro, mas temos de ver como será o clima, que em 2025 ajudou. A expectativa é de redução na taxa de juros ao longo de 2026, caindo para 12,5%, mas caso aconteça demorará alguns meses para refletir na demanda. E o preço das commodities deve seguir parecido com o deste ano”. “ Se os juros fossem menores com certeza as vendas seriam maiores.” Pedro Estevão Bastos, Câmara Setorial de Máquinas Agrícolas da Abimaq

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