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86 Outubro 2025 | AutoData PERSPECTIVAS 2026 » MÁQUINAS AGRÍCOLAS E RODOVIÁRIAS No radar dos desafios para 2026 estão três pontos importantes: o principal deles é a taxa de juro que precisa recuar, pois se isto não acontecer a demanda continuará reprimida pelo alto custo dos financiamentos, uma vez que os recursos do Plano Safra, com juros subsidiados, duram apenas seis meses, segundo Bastos, e depois disto os produtores precisam recorrer aos bancos tradicionais, o que só acontecerá com uma taxa menor. O segundo ponto de atenção é a falta mão-de-obra qualificada para as fábricas de maquinário agrícola: Bastos afirma que as contratações realizadas em 2025 só não foram maiores pela falta de trabalhadores capacitados. O último ponto é a instabilidade da geopolítica global, pois a situação atual é de muita imprevisibilidade e mudanças podem acontecer a qualquer momento, como foi em 2025. PROJEÇÃO DE ALTA ATÉ 2030 Olhando para um cenário mais elástico o estudo Panorama Setorial de Máquinas Agrícolas no Brasil, apresentado pela BIM, Boschi Inteligência de Mercado, mostrou que a frota nacional de máquinas agrícolas deverá chegar a 1,8 milhão de unidades até 2030, contra 1 milhão 650 mil unidades este ano, mostrando potencial de vendas de 150 mil máquinas nos próximos cinco anos. De acordo com o estudo a frota nacional ficará dividida da seguinte forma: 1 milhão 480 mil tratores, 231 mil colheitadeiras e 89 mil pulverizadores. Setecentos produtores foram entrevistados e 55% afirmaram que pretendem comprar uma máquina nova nos próximos dois anos, enquanto 30% não têm planos e 15% ainda não decidiram. Também existe a expectativa de crescimento do segmento de locação, uma opção cada vez mais bem-vista por agricultores que não querem gastar com a compra e manutenção de equipamentos. MÁQUINAS DE CONSTRUÇÃO No mercado de máquinas de construção a projeção para o fechamento de 2025 é de uma leve queda de 1% na comparação com 2024 e, para o ano que vem, a diretora de competitividade, economia e estatística da Abimaq, Cristina Zanella, disse que os números ainda não foram fechados, mas a expectativa é de estabilidade ou de crescimento. “Nossas projeções ainda não foram fechadas mas no cenário de demanda reduzida o pior resultado esperado é um empate na comparação com 2025”, afirma Zanella. “A expectativa é de demanda maior por parte dos governos federal e estaduais, o que deve impulsionar o mercado em 2026, assim como o segmento de mineração, enquanto indústria e agronegócio devem cair.” De janeiro a agosto as vendas de máquinas rodoviárias somaram 23,8 mil unidades, queda de 1,9% na comparação com iguais meses de 2024. Esta retração é reflexo do desaquecimento da deman- “ Se houvesse maior atividade em alguns segmentos o desempenho poderia ser melhor, mesmo com os juros altos.” Cristina Zanella, diretora de economia e estatística da Abimaq Divulgação/Abimaq

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