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95 AutoData | Outubro 2025 Lula cumprimenta dezenas de trabalhadores chineses e brasileiros em visita à linha de montagem da BYD em Camaçari Desta vez, ao mesmo tempo em que deu início oficial à montagem parcial de veículos no Brasil, a BYD mais uma vez dobrou a aposta: comunicou ao presidente Lula que a capacidade da fábrica, quando estiver em plena operação, não será mais de 150 mil veículos/ano – como anunciado em março de 2024, quando a empresa anunciou a elevação do investimento no empreendimento de R$ 3 bilhões para 5,5 bilhões –, nem de 300 mil/ano como foi anunciado no ano passado, mas de 600 mil/ano. Ou seja, a aposta já foi dobrada duas vezes, sem no entanto informar o valor investido e o prazo dessa ampliação. “A BYD quer vender na América do Sul, na América Latina, em outros países. Queremos que daqui do Brasil comecem a vender carro para o mundo todo. E mostrar o que é que a Bahia tem!”, justificou Lula em seu discurso improvisado. Antes o presidente já havia passado pela linha de montagem, cumprimentou dezenas de trabalhadores brasileiros e chineses que o aguardavam, e foi convidado a assinar o capô do veículo número 14 milhões produzido pela BYD no mundo: um Song Pro híbrido plug-in com motor flex etanol-gasolina desenvolvido especialmente para a COP30 em Belém, PA, que foi estrategicamente direcionado para ter a montagem finalizada em Camaçari. O presidente Lula exaltou a retomada da produção automotiva no Estado da Bahia, um importante polo industrial do País, com mão-de-obra já especializada e muita disposição para contribuir e elevar o padrão da indústria nacional: “A vinda da BYD para a Bahia é muito importante pra mim. Eu sei o que é ficar desempregado, fiquei um ano e meio nessa situação. O trabalho traz de volta a dignidade. Esta fábrica representa a retomada da dignidade do trabalhador de Camaçari”, disse, em alusão ao fechamento da unidade pela Ford, em 2021, que deixou 8 mil desempregados na região, Para virar a página da recente frustração provocada pela paralisação das atividade industriais da Ford em Camaçari, a fábrica já teve o endereço da portaria principal devidamente alterado: a antiga Avenida Henry Ford agora é a nova Avenida BYD, conforme mudança de nome aprovada na Assembleia Legislativa da Bahia. SEM VISITA À PRODUÇÃO O evento de inauguração deste outubro não se tratou de uma cerimônia tradicional como muitas que já aconteceram no setor automotivo nacional nos últimos anos, com visita à linha de produção para conhecer as etapas de montagem dos veículos agora minimamente nacionalizados. Desta vez não houve qualquer aproximação das linhas em operação, até porque, ao que tudo indicava, não havia muito a mostrar além da linha de montagem que muito pouco precisa fazer para montar algumas partes pré-montadas de kits SKD. Todos os convidados ficaram confinados em um canto do enorme galpão de 156 mil metros quadrados que abriga a linha de montagem da BYD brasileira. E lá foram informados de que, além do pontapé inicial na produção e da ampliação do projeto para 600 mil veículos/ano, um inédito Song Pro híbrido plug-in com motor flex etanol-gasolina, desenvolvido ao longo dos últimos dois anos, também começou a ser montado em Camaçari. A reportagem não teve contato com absolutamente ninguém da direção da BYD para confirmar as informações sobre ampliação da fábrica ou a produção de híbridos flex. Todas as novidades foram

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