12 FROM THE TOP » EMANUELE CAPPELLANO, STELLANTIS Novembro 2025 | AutoData resultará na transformação completa do portfólio de produtos da Stellantis na região, com foco na descarbonização da propulsão. O cronograma segue dentro do planejado? Tudo segue conforme o planejado. Temos uma atenção muito grande do grupo na América do Sul. Então estamos indo em frente. Já lançamos quatro carros que são os pioneiros deste plano, dois Fiat [híbridos leves Pulse e Fastback], no fim de 2024, e em junho os Peugeot 208 e 2008 [com o mesmo sistema]. Agora vamos seguir com mais novidades, mais inovações. Não será muito longe, porque é um plano consistente que ano após ano colocará no mercado novas tecnologias, novos veículos. Estamos indo forte neste sentido e não é por acaso que temos um centro de engenharia ainda mais forte. Este ano já aumentamos o nosso pessoal lá. Por coincidência ou não, nestes vários outubros marcantes da sua vida, o senhor recebeu o troféu de Personalidade do Ano do Prêmio AutoData 2025 no mesmo momento em que ganha novas atribuições no grupo: está deixando a liderança da Stellantis na região da América do Sul para assumir a Europa. Aconteceu quase igual com seu antecessor, Antônio Filosa, que em outubro de 2023 ganhou o mesmo prêmio e deixou o País. Qual é a sensação? Dever cumprido? Neste momento é necessário agradecer toda a equipe da Stellantis, que trabalha no dia-a-dia, no planejamento, na construção, na execução. Estou muito satisfeito pelo trabalho realizado nos últimos dois anos. Acho que houve entendimento e convergência muito grandes para as que são as necessidades do País. Estou saindo mas deixo desenhado um plano industrial e de produto muito forte e em evolução. O senhor já começou a trabalhar na Europa, onde assumiu a direção da Stellantis na região e das marcas europeias. Quais são os seus novos desafios? Será mais difícil do que foi na América do Sul? O desafio na Europa é muito grande. Todas as regiões voltaram a um tamanho de mercado igual ou maior do que o de 2019, todas estão crescendo e a única que não está é a Europa, que em poucos anos perdeu cerca de 3 milhões de carros por ano. Existe um desafio muito maior, com relação à América do Sul, sobre a transição tecnológica, pois a regulamentação da União Europeia está forçando a implementação de carros elétricos, mas a infraestrutura não está preparada e os consumidores não estão preparados para pagar pelo maior custo dessas tecnologias. Hoje esse descasamento de interesse dos consumidores, regulamentação, investimentos e atividades das montadoras está criando dificuldades muito grandes para a indústria europeia. Nessas poucas semanas em que estou na Europa aprecio ainda mais o trabalho e o desenho estratégico do Brasil, que definiu critérios para o processo de descarbonização com neutralidade tecnológica, utilizando os biocombustíveis como solução para obter exatamente os mesmos resultados que a União Europeia quer, mas com uma fórmula muito mais sustentável e acessível para os consumidores. Sua experiência no Brasil com os biocombustíveis pode de alguma maneira contri-
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