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37 AutoData | Novembro 2025 eletrificados no País, como avaliou o vice-presidente de assuntos regulatórios da Stellantis América do Sul, João Irineu Medeiros: “O Brasil tem a oportunidade de prover a verticalização de muitas das tecnologias de eletrificação introduzidas a partir do Mover, o que trouxe melhorias nas plataformas veiculares”. O executivo citou que, somados, os programas Inovar-Auto, Rota 2030 e Mover promoveram, em dez anos, 35% de redução de emissões de CO2 dos veículos, por meio de ganhos de eficiência energética: “É preciso agora pensar à frente para darmos mais um salto. Quando falamos de eletrificação todas as plataformas demandam baterias de lítio, motores elétricos, inversores, centrais eletrônicas, o que abre a possibilidade de localizar”. EVITAR SKD E CKD Diretor de comunicação e porta-voz da área de ESG da Toyota, Roberto Braun completou reforçando a necessidade de se trazer ao Brasil a industrialização plena para que o setor não fique restrito a operações “como montagem SKD e CKD que não agregam valor no País, não promovem o adensamento da cadeia produtiva nem geram emprego e renda para a sociedade”. Fábio Rua, vice-presidente de relações governamentais da General Motors, apontou que se o Brasil deseja ser um competidor relevante na indústria automotiva é preciso olhar a cadeia de suprimentos, com o compromisso para atrair cada vez mais investimentos: “A previsibilidade é fundamental, mas o Mover tem horizonte temporal curto. Das doze portarias somente seis foram publicadas. Ou seja: em quase dois anos não temos todas as regras definidas. Isto está fluindo, não afeta a execução dos investimentos, mas poderia acelerar decisões já tomadas que precisam ser estabelecidas”. Sobre a montagem em CKD e SKD Rua traçou paralelo com política adotada no México, que incentiva a produção local mas abre importação proporcional à fabricação, para que essas empresas completem o portfólio: “A cota de 10% a cada 100 mil veículos produzidos poderia ser pensada numa continuidade do Mover”. Medeiros pondera que este tipo de montagem tem seu valor quando não há a tecnologia local disponível e, sobre o México, ressaltou que o país conta com diversos acordos comerciais, diferentemente do Brasil. Braun também contrapôs sublinhando a característica distinta do mercado brasileiro, uma vez que em torno de 90% da produção de veículos do México é endereçada ao mercado externo: “No Brasil só 15% da produção são exportados. Na Toyota, em condição diferenciada, de 35% a 40% são exportados”. POR MAIS MOBILIDADE ELÉTRICA Com o objetivo de marcar ponto de inflexão nas políticas públicas dedicadas à eletrificação veicular no Brasil o MME,

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