41 AutoData | Novembro 2025 e Hyundai revelaram planos ambiciosos para o mercado nacional, com foco nos veículos pesados. A GWM trouxe ao Brasil, em julho, um caminhão elétrico de 39 toneladas alimentado por células de hidrogênio para testes de validação em condições brasileiras. Na China a divisão GWM Hydrogen já opera mais de 2 mil caminhões com esta tecnologia. A Hyundai, por sua vez, acumula 27 anos de experiência no uso de hidrogênio para eletrificação. A companhia já comercializou 38 mil unidades do Nexo, um SUV a célula de combustível, além de operar frotas de caminhões e ônibus em diversos países. Ambas as empresas enfatizam que o sucesso do hidrogênio no Brasil depende fundamentalmente de parcerias: “A ideia não é importar caminhões e células da China, mas buscar parcerias estratégicas no Brasil para pensar em desenvolver este mercado”, afirmou Thiago Sugahara, gerente de ESG da GWM. A montadora assinou termo de engajamento com o governo do Estado de São Paulo e colabora em projetos com IPT, USP e Senai Cimatec. Uma das apostas mais promissoras para o Brasil é o uso do etanol na produção de hidrogênio, disse Fernando Yamaguchi, supervisor sênior de desenvolvimento de negócios da Hyundai: “Seria por meio do aquecimento do etanol em altíssimas temperaturas, quebrando as moléculas para extrair o hidrogênio”. A empresa participa de projeto pioneiro que usa o etanol como fonte de hidrogênio de baixo carbono para abastecer veículos elétricos que usam células de combustível. O programa de testes é desenvolvido pela USP em parceria com o RCGI, Research Centre for Greenhouse Gas Innovation, Shell, Toyota, Raízen e Senai. CARDÁPIO ABRANGENTE Dos 48 milhões de veículos em circulação no Brasil quase metade deles tem mais de 11 anos de idade: são justamente os maiores emissores de gases poluentes e de efeito estufa, mas 79% são flex com motores bicombustível, e neste caso o simples uso de etanol, em vez da gasolina, já reduziria significativamente as emissões de CO2. Considerando apenas os veículos leves, 45,6 milhões, hoje apenas 0,3% são eletrificados. Até 2040 eles serão 27,6% de uma frota estimada de 62,6 milhões, sendo 10% híbridos, 10% híbridos plug-in e 7,6% elétricos Estes são alguns dos achados de um recente estudo do Instituto MBCBrasil encomendado à LCA Consultores, que foi apresentado pelo presidente do conselho de administração da entidade, José Eduardo Luzzi: “O Brasil é um dos únicos países que oferece cardápio tão abrangente de soluções para descarbonizar. A favor temos a matriz elétrica 88% renovável, contra 30% da média global”. Na projeção para os veículos pesados o estudo aponta que a frota atual de 2,3 milhões de caminhões, 99% deles movidos a diesel, deverá chegar a 3,4 milhões até 2040: 85% seguem com motorização a combustão com uso combinado de diesel fóssil, biodiesel e HVO, 8% usarão gás natural e biometano e apenas 7% serão elétricos puros alimentados por módulos de baterias. Quanto aos ônibus, dos 398,3 mil que rodam hoje 395,3 mil são movidos a diesel. Em 2040 a projeção indica 503,7 mil veículos, 70% a combustão, 20% elétricos e 10% a gás. [Com reportagens de André Barros e Lúcia Camargo Nunes]
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