427-2025-11

59 AutoData | Novembro 2025 motores a gás natural em Córdoba, na Argentina. O lançamento compõe nosso ciclo de investimentos de mais de R$ 127 milhões em pesquisa e desenvolvimento na região e consolidamos a abordagem multienergética global da marca”. A produção local de motores, como os modelos N60 NG, N67 NG e Cursor 13 NG, que foram projetados para operar com gás natural e biometano, atendem ao padrão Proconve P8/Euro 6 e abrem oportunidades para outros mercados, posicionando a América Latina como polo exportador de motores com combustíveis alternativos. Para o segmento de veículos comerciais a empresa desenvolveu um motor conceito gás-etanol, o F1C, que ainda está em fase de testes, com o objetivo de criar uma solução flexível que combine desempenho e durabilidade com fontes de energia sustentáveis. Das vantagens do etanol estão a diminuição dos custos operacionais e a menor oscilação de preço em comparação com os derivados de petróleo. A Scania já explora o mercado de caminhões pesados a gás desde 2020, quando começou a produzir no Brasil os primeiros modelos com base em sua experiência na Europa. Nos últimos dois anos o biometano se consolidou como pilar fundamental na estratégia de descarbonização da empresa no País, que já vendeu cerca de 2 mil unidades a gás e lançou diversas versões de potência e configuração. A Cummins é outra fabricante independente de motores ativamente envolvida no desenvolvimento e testes de soluções no Brasil, aproveitando sua experiência de mais de trinta anos com motores a gás nos Estados Unidos, Europa, China e Índia. A empresa está em testes finais para um cliente de um motor a gás de 6,7 litros para aplicação em um caminhão de coleta de lixo urbano. De acordo com Antônio Almeida, diretor de vendas On-Highway da Cummins, “os resultados são bastante promissores, com melhoria no consumo e baixo ruído. Além do impacto ambiental conseguimos um impacto também na melhoria da operação do cliente”. A Cummins pretende oferecer motores a gás de maior potência, como os de 15 litros com até 530 cv, para aplicações mais pesadas, como o transporte de grãos, madeira e cana-de-açúcar. A plataforma Helm, sigla para o termo em inglês Higher Efficiency, Lower Emissions, Multiple Fuels, ou maior eficiência, menos emissões, múltiplos combustíveis, em livre tradução, pode proporcionar um motor multienergético que use diesel, gás biometano e hidrogênio apenas com a troca do cabeçote. Apesar de a tecnologia para motores a biometano já ser comprovada globalmente a principal barreira no Brasil está na legislação, observa Almeida: “O governo precisa ter legislações robustas, que não mudem, que deem segurança para o investimento em novos equipamentos”. A infraestrutura existente de postos de GNV também precisa ser adaptada para caminhões maiores e é crucial conectar as redes de gás às regiões onde há maior produção de biometano. Este desafio logístico e regulatório contrasta com o enorme potencial inexplorado do País, onde apenas de 3% a 5% do biometano é aproveitado atualmente. “A descarbonização passa por diversas tecnologias até chegar à emissão zero”, observa Almeida. “Com certeza o gás é uma dessas rotas pois reduz as emissões, e o biometano pode cortar até 96%.” Divulgação/Scania Scania a gás: produção nacional desde 2020.

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=