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19 AutoData | Dezembro 2025 Igor Rocha, da Fiesp Igor Calvet, (na tela), da Anfavea, e Cláudio Sahad (centro), do Sindipeças A taxa de juros nas alturas continuará a ser o principal obstáculo limitador do crescimento do setor em 2026. Embora já esteja precificada a queda da inflação e a consequente flexibilização da política monetária a redução gradual da Selic a partir do primeiro trimestre, com cortes iniciais de 0,25 ponto porcentual, a taxa deverá permanecer elevada, na faixa de 12% ao ano. “A pergunta não é quando os investimentos programados pela indústria deslancharão”, afirmou Calvet. “É até quando nós teremos os investimentos vigentes.” Os aportes já anunciados por fabricantes de veículos, superiores a R$ 140 bilhões, continuam a ser aplicados em renovação de portfólio de produtos e novas tecnologias para transição energética, mas não em aumento da capacidade produtiva, pois existe ociosidade agravada com a chegada de montadoras com origem na China. SÓ PRODUÇÃO É BEM-VINDA A vinda de novos competidores não é necessariamente vista com maus olhos, desde que sigam critérios específicos. Sahad foi direto: “Empresas estrangeiras, seja lá de onde forem, que venham para o Brasil, que queiram produzir aqui, utilizando a cadeia de fornecimento brasileira, são sempre bem-vindas. Empresas que queiram vir para cá para importar, fazer CKD, nós repudiamos”. Calvet reforçou a importância da produção local: “Eu defendo a produção no País. Eu sou presidente da associação dos fabricantes, não dos importadores, e neste momento da nossa história o que tem sido visto é um processo robusto de importações sem contrapartida em produção. É contra isto, e não sobre a origem deste capital, que tenho lutado nos últimos meses”. Para as montadoras chinesas o desafio é diferente do que enfrentam em seu mercado doméstico. Na China estas empresas são altamente verticalizadas, com produção própria de componentes e sistemas, devido aos volumes massivos de produção. No Brasil, com escala menor, esta verticalização será inviável, forçando-as a desenvolver fornecedores locais se quiserem produzir sem depender de importações. BATALHA PELOS EX-TARIFÁRIOS Uma frente de atuação do Sindipeças com apoio da Anfavea é a revisão das regras de concessão de ex-tarifários, que praticamente isenta do imposto componentes importados sem similar nacional. Atualmente há mais de 9 mil itens contemplados com esta vantagem fiscal, muitas vezes de forma questionável e sem projetos de produção local. O principal ponto de preocupação é que os ex-tarifários estão sendo concedidos para conjuntos completos de

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