26 Dezembro 2025 | AutoData EVENTO AUTODATA » CONGRESSO PERSPECTIVAS E TENDÊNCIAS 2026 Enquanto projeções iniciais apontavam para crescimento do mercado argentino de 14% a 15% a realidade se mostrou muito mais favorável, destacou Graziano: “Hoje estamos falando de um mercado de 620 mil a 630 mil unidades. É um crescimento de cerca de 50% com relação ao ano passado”. O desempenho foi impulsionado por medidas concretas do governo, como redução de impostos, normalização das importações, forte retorno do crédito automotivo com taxas menores e maior estabilidade cambial. O presidente da Adefa deixou claro que a competitividade é o principal desafio do setor, e destacou que o governo tem promovido novas tecnologias, permitindo a importação de até 50 mil veículos híbridos, plug-in e elétricos sem tarifas por ano. DESIGUALDADE REGULATÓRIA A presença de produtos com origem na Ásia é uma realidade no setor de autopeças. O que as empresas reclamam é da desigualdade de competição: os produtos que vêm de fora não têm a mesma qualidade do produzido localmente e, muitas vezes, não seguem as mesmas regras regulatórias. Lafaiete Oliveira, diretor geral da operação da Bridgestone no Brasil, e Ricardo Rodrigues, chefe da Aumovio no País, debateram o tema. Segundo Oliveira “os produtos têm de se equivaler tecnicamente para que possam concorrer de forma igual no mercado, os nossos pneus para veículos pesados, por exemplo, são desenvolvidos e produzidos para serem recapados pelo menos duas vezes, como exige a legislação brasileira, mas os pneus asiáticos não suportam nem a primeira recapagem e são vendidos no mercado de reposição sem cumprir esta norma”. Rodrigues concordou: “Toda empresa nova é bem-vinda ao Brasil mas precisamos que eles joguem o mesmo jogo que estamos jogando aqui. Que eles venham produzir localmente, que gerem empregos e sigam as mesmas regras que as empresas locais”. No caso da Bridgestone os efeitos negativos chegaram até a produção local de pneus agrícolas, que está parada atualmente. Além disto o tarifaço aplicado pelos Estados Unidos atingiu os negócios da empresa no País em 2025: “Investimos R$ 2 bilhões no Brasil nos últimos anos para produzir pneus de caminhões em duas fábricas e exportar para os Estados Unidos, porém com a taxação de 50% os pedidos ficaram suspensos. Agora este tipo de item deverá entrar na seção 232 e o imposto a ser pago cairá para 25%, o que ainda é alto, mas permitirá retomar a exportação”. Lafaiete Oliveira (esq.), da Bridgestone, e Ricardo Rodrigues, da Aumovio
RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=