73 AutoData | Dezembro 2025 metros quadrados. E este é um marco, uma vez que o ciclo de investimentos atual está só no começo”. MOTOR FLEX PARA RANGER Um dos mais importantes projetos em desenvolvimento pela Ford em Tatuí é o sistema de propulsão híbrido plug-in flex, especialmente o motor a combustão otto bicombustível etanol-gasolina, que equipará versão da Ranger eletrificada a ser produzida na fábrica de Pacheco, Argentina, a partir de 2027. A Ranger híbrida plug-in é parte do recentemente anunciado investimento de US$ 170 milhões na unidade de produção argentina, que complementa outros US$ 700 milhões injetados na nova geração da picape, nova fábrica de motores e introdução de versões com cabine simples. “Este é o terceiro motor desenvolvido no Brasil para o mundo, de uma família de oito motores”, contou André Oliveira. “Os outros dois são o Phanter e o V6 [ambos diesel], da Ranger.” De acordo com ele projeto do novo motor bicombustível, que deve durar em torno de dois anos, está sendo realizado em parceria do Centro de Engenharia da Ford em Camaçari, BA, e nos laboratórios e pistas de testes de Tatuí, SP. PRÓXIMOS PASSOS Segundo Oliveira estão planejados novos prédios para a unidade de Tatuí e as instalações já existentes serão modernizadas, assim como os laboratórios, que ganharão novos equipamentos. Áreas compostas por dois gramados extensos darão lugar a novas rotas de testes off- -road. Hoje o campo de provas já tem mais de 60 quilômetros de pistas de terra e asfalto. “O objetivo é transformar o nosso centro no maior da América do Sul em termos de desenvolvimento tecnológico.” Tatuí abriga um dos sete centros de desenvolvimento da Ford no mundo, com a diferença de que é o único a agregar a área de engenharia em um mesmo local, com a realização de mais de 450 tipos de ensaios e, desde 2022, oferece seus serviços e instalações a outras empresas. Atualmente quatro fabricantes de veículos leves e pesados utilizam-se deles – os nomes não são revelados. O quase cinquentenário campo de provas é atualmente responsável por testar, validar e homologar todos os modelos da Ford vendidos no Brasil e na América do Sul. A partir dele também são exportados serviços de engenharia para os Estados Unidos. Trabalham no local em torno de quinhentos profissionais. CAMAÇARI TAMBÉM CRESCE De acordo com o diretor Centro de Engenharia da Ford no Senai Cimatec, em Camaçari – uma herança que restou da fábrica que operou na Bahia por vinte anos –, também está sendo contemplado com investimentos. Entre março e maio de 2026 será inaugurado novo prédio que abrigará até 1 mil engenheiros. A proposta é estabelecer um espaço mais interativo para os profissionais, com carros e bancadas de testes no meio do escritório. “Em torno de 15% do efetivo total de engenheiros da Ford no mundo está no Brasil e eles são responsáveis por desenvolver 30% das tecnologias globais da companhia”, revela Oliveira. Por este trabalho a engenharia brasileira da companhia faturou, em 2024, cerca de R$ 500 milhões. A projeção para 2025 é de pelo menos alcançar esta mesma receita.
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