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75 AutoData | Dezembro 2025 Max Kaufmann, representante da Mercedes-Benz no Chile: legislação Euro 6 e setor de mineração impulsionam vendas de ônibus no país. Augusto França, da Daimler Latina: engenharia dedicada ganha vendas de ônibus no Chile. relata Augusto França, gerente de vendas e marketing de ônibus da Daimler. “Precisávamos de um motor mais potente, transmissão e eixos mais robustos, além de novos sistemas de segurança solicitados pelas companhias de mineração e compatíveis com exigências internacionais. Com o O 500 equalizamos as tecnologias dos veículos produzidos na matriz, na Alemanha, com os fabricados no Brasil.” A reportagem de AutoData passou pela experiência de viajar a bordo do O 500 andino, de Santiago até o Vale Cachapoal, nos Andes, 120 quilômetros ao Sul da capital chilena, próximo à cidade de Rancagua. De fato potência não falta. Tanto nas autoestradas chilenas como nas subidas íngremes, estreitas e cheias de curvas, o chassi RDS 2548 6x2, com carroçaria rodoviária Irizar, parecia estar fazendo um passeio no parque. Em nenhum momento demonstrou qualquer dificuldade em superar os aclives nas montanhas tampouco faltou força nas ultrapassagens, quando o trânsito demandou potência para superar os perigos que os lentos motoristas chilenos representam nesses trajetos. CHASSIS CUSTOMIZADO Os novos chassis O 500 fabricados em São Bernardo do Campo, SP, têm maior capacidade de carga para os mercados andinos. Comportam mais 1 tonelada nos eixos, que foram redimensionados para oferecer mais robustez, tanto na versão 2045 RS 4x2 quanto na RDS 2548 6x2. A diferença dos dois modelos, além do número de eixos, é a motorização, de 450 cv ou 480 cv, respectivamente. É precisamente por causa da alta potência, incomum para ônibus, que integrantes da equipe da Mercedes-Benz chamam carinhosamente os modelos de “los más potentes”, em espanhol. Aqui reside importante trabalho da engenharia brasileira: estes chassis utilizam uma configuração bem específica do motor OM 460 LA de seis cilindros e maior capacidade volumétrica, de 12,9 litros, com novo turbocompressor de 2.4 bar e pressão otimizada de injeção de combustível, para garantir melhor pulverização e queima mais efetiva, segundo a Mercedes-Benz. O trem-de-força utiliza transmissão automática ZF Traxton de doze marchas que, além de trabalhar suave em condições extremas, também gera melhor consumo, segundo França: “Nas operações em altitudes elevadas, quando é comum exigência maior, apuramos nos testes até 10% de economia de combustível”. Este novo chassi O 500 para mercados andinos é o mais bem equipado de toda a linha de ônibus Mercedes-Benz fabricados no Brasil, com extensa lista de sistemas avançados de segurança e assistência ao motorista: • LDWS (Lane Departure Warning System) – sistema de aviso de saída da faixa de rodagem; • ACC (Active Cruise Control) – piloto automático de velocidade com aceleração e frenagem adaptativas ao veículo da frente; • TPMS (Tyre Pressure Monitoring System) – sistema de monitoramento da pressão e temperatura dos pneus; • ESS (Emergency Stop Signal) – sinalização de parada de emergência; • Sistema de auxílio de partida em rampa; • Top-Brake – sistema auxiliar de freio; • Sistema anti-tombamento; • EBS (Electronic Braking System) – sistema eletrônico de freios; • ECAS (Electronically Controlled Air Suspension) – suspensão pneumática controlada eletronicamente; • ESP (Electronic Stability Program) – controle eletrônico de estabilidade; • Freio a disco ou tambor TRIPÉ DO NEGÓCIO No Brasil o segmento de ônibus tem dois importantes fabricantes para um só produto: o primeiro produz o chassis, um fabricante de veículos comerciais, e o outro é o encarroçador, que monta sobre o chassis a carroceria, a cabine. No caso das operações internacionais existe um terceiro elemento, com grande relevância para o sucesso dos negócios, que é o representante comercial e de operações.

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