Guia_Caminhoes2018
AUTODATA // GUIA da indústria de caminhões, implementos e componentes // novembro 2018 7 Para ele, é necessário, como suporte às vendas de bens de capital, a volta ao cenário comercial da entidade de fomento mais conhecida do setor, a Agência Especial de Financiamento Industrial, mais conhecida pelo seu nome simples: Finame. Isso porque para muitos executivos do setor mesmo pre- sente o Finame deixou de ser a melhor opção. “O Finame já financiou 80% das vendas, hoje está em 20% porque a burocracia do fundo ajuda a afastar clientes”, atesta João Pimentel, diretor Geral da Ford Caminhões. Para ele, a taxa praticada pelo governo está muito próxima a dos bancos privados que têm procedimentos mais simples para liberação de recursos. Assim, na visão do executivo, aconte- ce uma migração natural dos clientes que buscam regras de financiamento de fácil compreensão. Para Cortes, da MAN, o Finame deveria voltar a ser a ferramenta de fomento para aquisição de bens de capital. “Precisamos do Finame como ferramenta de fomento para aquisição de bens de capital”, diz Cor- tes. Nos moldes atuais, segundo o executivo, a linha de financiamento do BNDES não é um instrumento atraente. “Precisa ter simplicidade de entendimento para atrair todos, frotistas e autônomos”, afirma. Se alterar as regras do Finame para torna-lo nova- mente um instrumento mais atraente é uma posição geral no setor, já a idéia de criação de subsídio não atrai os fabricantes de caminhões. A situação que ocorreu no passado recente com juros negativos para aquisição de bens de capital deixou marcas e as empresas apostam mais em ambientes com fer- ramentas favoráveis aos negócios. “Ninguém precisa de subsídio”, garante Cortes. Schiemer aponta que o ambiente ideal para o desenvolvimento dos negócios passa pelo estabe- lecimento e garantia de regras estáveis, como por exemplo a taxa de câmbio. “Não existe taxa certa ou taxa errada. A indústria se adapta a qualquer taxa desde que ela tenha estabilidade”, garante. Outro ponto de consenso para a indústria é a implantação de um programa viável de renovação de frota de veículos comerciais. Bernardo Fedalto Junior, gerente de Vendas Caminhões Volvo, vê no projeto a melhor forma de ajudar o mercado sem criação de subsídio. “Alterar o peso do imposto pago, reduzindo para os novos e aumentando para os mais antigos, é uma forma de renovar sem criar subsídio”, exemplifica. Para os fabricantes falta ao mercado brasileiro a consciência da importância de ter no planeja- mento a rotina da troca de veículos. “Os grandes frotistas atualizam suas frotas por conta do seu modelo de negócios, que exige mais eficiência, e para não perder valorização em seus ativos”, expli- ca o CEO da MAN. Silvio Munhoz, diretor Comercial da Scania, ob- serva que apesar de numerosa a frota brasileira de caminhões tem idade elevada, em torno de 25 anos. “Por isso apesar de numerosa a frota tem produtividade baixa”, diz. “Frota mais nova é mais rentável e menos poluente”, completa Schiemer, de Mercedes-Benz. “É precisa tirar os caminhões ‘Euro Zero’ de circulação”, conclui.
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=