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19 AutoData | Abril 2019 LÍDER ATÉ HOJE O Corcel foi a razão da Ford comprar a Willys e levar junto a fábrica do Taboão. Até hoje representa a família de veículos mais produzida ali, com quase dois milhões de unidades, incluindo Corcel II, Belina, Del Rey, Pampa e Scala tes essas lembranças fatalmente haverá outras a recordar daqui alguns anos ou décadas – e AutoData se debruçou nas últimas semanas a desenhar, de maneira pragmática, este quadro. O ÓBVIO E O NÃO-ÓBVIO Partindo de exame mais raso para um mais aprofundado o óbvio que se de- senha é que a Ford será uma empresa menor, que atua em menos segmentos: abre mão, naturalmente, do mercado de caminhões – foi a quarta em vendas em 2018 – mas ao mesmo tempo se torna mais leve e concentra sua produção de automóveis em apenas uma planta que, por sua vez, é contemplada com benefí- cios fiscais específicos por sua localização em Camaçari, BA. Não se trata de tese absurda ima- ginar que a fabricante não terá grande dificuldade em manter sua tradicional fatia de mercado de automóveis e co- merciais leves, que gravita ao redor dos 9%, sem a fábrica do Taboão. Os números de 2018 deixam isso claro: das 191,3 mil unidades de nacionais que a Ford ven- deu aqui no ano passado 176,8 mil, ou 92,4%, saíram de Camaçari – foram 103,3 mil Ka, 39mil Ka Sedan e 34,5 mil Ecosport. Taboão, assim, respondeu por somente 7,6% das vendas de modelos Ford nacio- nais no Brasil em 2018, os 14,5 mil Fiesta hatch. Complementaram os números da fabricante aqui no ano passado 34,8 mil importados: 27,7 mil da Argentina, sendo 20,5 mil Ranger, 4,2 mil Focus Sedan e 2,9 mil Focus hatch, 6 mil do México, sendo 4,5 mil Fusion e 1,5 mil Fiesta Sedã, e 1 mil dos Estados Unidos, Mustang. Ao todo, portanto, a Ford comercializou no Brasil no último ano 226,4 mil veículos leves, sendo que os Fiesta made in Taboão representaram apenas 6,4% deste volume. No ranking por marcas a Ford terminou na quarta posição, com 9,17% de partici- pação, sendo que a produção do Taboão respondeu por 0,59 ponto porcentual. Se retirados os Fiesta da conta, por- tanto, a fatia de mercado Ford cairia para 8,58%, o que significaria umdegrau abaixo, ou a quinta posição, atrás da Renault com seus 8,7% mas à frente da Hyundai, com 8,36%. Não é um prejuízo tão grande, ao menos nesta análise. Há, porém, um importante elemento adicional neste raciocínio: como AutoData revelou com exclusividade em sua edição

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