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49 AutoData | Abril 2019 A capacidade de produção é a mesma da outra unidade: 120mil veículos/ano em dois turnos, mas no ano passado, com horas extras, Sumaré produziu 138 mil. Otavio Mizikami, diretor industrial da Honda Automóveis, explicou que a linha de Sumaré não será desmontada: ali per- manecerá, inativa. Não está descartada, portanto, a produção de apenas um ou dois modelos na unidade, complemen- tando os volumes de Itirapina. Na unidade inaugurada em 1997, que segue como sede administrativa da Honda SouthAmerica, permanecerão a produção de motores, peças plásticas e ferramen- taria, bem como engenharia e área de compras. Dois mil dos três mil trabalha- dores de Sumaré serão transferidos para Itirapina. Segundo a Honda o índice de aceitação está em cerca de 90% – todos receberão pacote de benefícios e ajuda de custo para a mudança. Em torno de 450 trabalhadores já foram transferidos e nenhumemprego, portanto, ainda foi gerado com a nova fábrica. Em 2021, quando deverá estar a todo o vapor, serão dois mil trabalhadores. A Honda diz que sistemas “tais quais vistos nas mais modernas fábricas de automóveis Honda no mundo são reali- dade na fábrica de Itirapina e fortalecem a operação” – cita, por exemplo, fluxos mais seguros, processos otimizados, tec- nologias mais avançadas e ganhos em sustentabilidade. Uma boa dica: a empresa diz que “a linha demontagem foi projetada para permitir modificações tecnológicas futuras”. Há inegavelmente diversas evoluções produtivas no quesito Sumaré x Itirapina: na estamparia, por exemplo, o processo usa três prensas e sistema rápido de troca de ferramentas elevou eficiência e reduziu o consumo de energia para produção de um mesmíssimo Fit. Na área de solda robôs aumentaram a velocidade de movimentação e eficiência em 30%. E na pintura o sistema atual eli- minou a necessidade de uma das cama- das de tinta e uma etapa de secagem em estufa. Para seguir abastecendo toda a sua produção e área administrativa com energia própria a Honda anunciou investimento de R$ 30 milhões em uma nova torre eólica no parque de Xangri-Lá, no Rio Grande do Sul. Com isso serão dez os aerogeradores do empreendimento da Honda Energy, que ampliará sua capacidade de geração de 27,7 MW para 30 MW. Assim as duas fábricas e os escritórios de São Paulo Capital e Sumaré, além do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, serão 100% alimentados pelos bons ventos de Xangri-Lá. Pelos cálculos da Honda desde janeiro de 2015 o parque gerou 306 mil MWh, o que evitou emissão de mais de 24 mil toneladas de gás carbônico no meio ambiente. Mais de 500 mil automóveis foram produzidos com energia própria e renovável. Aliás, aproveitando o tema energia limpa, Issao Mizoguchi, presidente da Honda South America, anunciou que a empresa passará a oferecer na América do Sul três veículos híbridos, modelos ainda não definidos, até 2023. Mas “provavelmente serão importados: ainda não vemos retorno para investimento em produção local”. Bons ventos 120 90 450 2021 mil unidades ao ano é a capacidade da nova fábrica, a mesma de Sumaré Fit ao dia é a velocidade inicial da linha de montagem funcionários já foram transferidos de Sumaré para Itirapina é o prazo previsto para a totalidade de transferência da produção

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