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10 FROM THE TOP » LUIZ CARLOS MORAES, ANFAVEA Maio 2019 | AutoData A pós uma transição de man- dato bastante turbulenta Luiz Carlos Moraes, diretor de Comunicação Corpora- tiva e Relações Institucionais da Mercedes-Benz, foi eleito presi- dente da Anfavea para o mandato 2019-2022. Sua posse – que pela primeira vez emmuitos mandatos abriu mão de tradicional cerimônia – ocorreu em 23 de abril e em seu discurso o novo dirigente abordou as mudanças da indústria auto- motiva global e insistiu na tecla da falta de competitividade do segmento no Brasil. Dois dias depois ele recebeu os jornalistas de AutoData em sua nova sala na sede da Anfavea, na avenida Indianópolis, em São Pau- lo, e revelou o que entende como a nova missão da entidade: ajudar o governo a resolver os proble- mas que afligem as associadas, em maior ou menor gênero. Confira a seguir os principais trechos da entrevista. Entrevista a Márcio Stéfani, Marcos Rozen e S Stéfani PAULISTÃO NÃO: LIGA DOS CAMPEÕES. a indústria de aplicativos, por exemplo, que está fazendo uma revolução a partir dos veículos que produzimos. Isso gera outros negócios, outras atividades na economia e uma mudança radical no setor. Aminha leitura é que o segmento automotivo não é mais aquela linha reta, e isso cria ummomento especial pois se conseguirmos viver neste novo mundo causaremos impacto sobre o sistema econômico, em todas as áreas. O senhor assumiu a presidência da An- favea emummomento delicado da eco- nomia e essa mudança na indústria de veículos requer um investimento muito alto. Como se equaliza essa conta es- pecificamente no mercado brasileiro? De fato é necessário muito dinheiro para isso. No caso da eletrificação vai mu- dar não só o produto como também o sistema de produção e o de venda. Nem as nossas matrizes têm recursos na proporção necessária. É um dilema: Em seu discurso de posse o senhor abordou a transformação que a indús- tria automotiva global atravessa. Como pretende enfrentar esse desafio? Na verdade quem vai enfrentar são as empresas. Eu abordei este tema por- que estive na Alemanha por algumas semanas, participando de uma ampla discussão sobre isso, e saí de lá bastante impactado com a velocidade com que as coisas estão acontecendo lá fora, o quão rápido. E não só para automóveis, também para veículos comerciais. Cha- mou-me muito a atenção a forma com que isso vai mudar a nossa indústria e sua cadeia tradicional formada por mon- tadora, Tier 1, Tier 2, concessionárias. Estamos falando agora do que está ao redor do veículo, não é algo linear, émais abrangente. Isso me fascina. O que vejo é que traremos um impacto relevante e transformador na economia como um todo. Estamos falando de mobilidade, demexer comummonte de coisas, com

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