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27 AutoData | Maio 2019 vinte anos, uma frota exclusiva demodelos híbridos e elétricos.” Com relação aos automóveis Castelão ainda é reticente. Apesar do recém-anun- ciado Toyota Corolla híbrido flex nacional (veja na pág. 36) ele ainda considera in- cipiente o volume para entrar no negó- cio – mas garante que, assim que vier a demanda, o produto será oferecido: “Há possibilidades também de fornecer para estações de recarga de veículos, especial- mente as rápidas”. A Motorservice, fabricante de bombas d’água, de óleo, bronzinas, buchas, filtros e válvulas, também tateia o mundo dos elétricos a partir de seu universo. Segundo o seu presidente, Claus von Heydebreck, a empresa trabalha no desenvolvimento local de componentes específicos para veículos elétricos: “Identificamos algumas áreas nas quais podemos avançar, como gestão da temperatura das baterias e o protetor de baterias, itens essenciais para esse segmento”. Também fabricante nacional de bate- rias para automóveis emotocicletas assim como a Moura, além de escapamentos e catalisadores, o Grupo Pioneiro é outro exemplo de busca por avanço tecnológico nacional de autopeças: aproveitou a Auto- mec para mostrar novas baterias do tipo EFB, dedicadas a veículos com sistema start-stop. PADRÃO NÓS TEMOS No caso dos sistemistas o padrão atual parece deixar claro que a produção local de novas tecnologias depende mais de demanda do que desenvolvimento: as em- presas aqui já estão bastante atualizadas ao menos diante das necessidades de hoje, tanto que exportam bastante para merca- dos desenvolvidos. É o caso da Delphi, que tornou o Bra- sil base de exportação global. Segundo Amaury Oliveira, diretor executivo de af- termarket para a América do Sul, 44% da produção local para OEM seguem para Argentina, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Índia, Paquistão e Reino Unido. O quadro é fruto, diz o executivo, da quali- dade dos componentes produzidos aqui. A Bosch, por seu lado, manda daqui para Estados Unidos e Alemanha compo- nentes da linha de injeção. Delfim Calixto, vice-presidente da divisão de reposição automotiva, considera que “o Brasil com- pete com outras fábricas de países de- senvolvidos, e isso mostra que estamos um nível acima”. E por seu lado a ZF dobrará sua capa- cidade de produção de sistemas de dire- ção elétrica emLimeira, SP, para abastecer fábricas de montadoras na China, Estados Unidos e México. CAMPO PARA O CAMPO Não se pode esquecer ainda que o desenvolvimento local de tecnologia em autopeças tambémencontra campo aberto no segmento de máquinas agrícolas: afi- nal o agronegócio deverá, também, sofrer grandes mudanças. Máquinas autônomas, conectadas e a digitalização do campo serão realida- de aqui em até vinte anos, projeta Brad Crews, CEO global da Case IH: “Não há como uma região tão relevante e impor- tante na produção agrícola global ficar fora dessa revolução”. Ele entende que “no futuro muitas má- quinas e equipamentos serão desenvol- vidos para atender especificamente esta região, que, apesar de relevante para o agronegócio global, precisa reduzir o atraso tecnológico na comparação com outros países”. A pulverização de plantações por drones e a conectividade das máquinas, que permitirá trabalho semoperadores, são boas possibilidades de avanço tecnológico local que Crews vislumbra. No caso dos sistemistas o padrão atual parece deixar claro que a produção local de novas tecnologias depende mais de demanda do que desenvolvimento

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