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26 Maio 2019 | AutoData AUTOPEÇAS » TECNOLOGIA Para DavidWong, consultor da ATKea- ney, as autopeças ficaram fora do radar das grandes políticas setoriais, como foi o caso do extinto Inovar-Auto, quadro que, enten- de, é responsável pela letargia: “Hoje todos estão pagando o preço por negligenciar uma cadeia de fornecimento importante”. A Bosch foi uma das sistemistas que tiveram de criar meios para ajudar seus fornecedores. Seu presidente, Besaliel Botelho, cita exemplos: “Participamos há dois anos de um programa em parceria como poder público de capacitação de 25 fornecedores da nossa cadeia que preci- savam se atualizar e, assim, se adequar ao ritmo e à qualidade da nossa produção. E hoje executamos um segundo programa dedicado à indústria 4.0”. BONS EXEMPLOS Em que pese o quadro há, sim, alguns exemplos bastante interessantes de desen- volvimento tecnológico e de inovação por parte de fornecedores brasileiros. Umdeles está no Grupo Moura, de Belo Jardim, PE, que trabalha para apresentar ao mercado em outubro sua primeira bateria de lítio dedicada a um veículo elétrico. Tudo bem: é verdade que este veículo não será, ainda, um automóvel, caminhão ou ônibus, mas simuma empilhadeira – um segmento emque a eletrificação já émais difundida no Brasil. Mas é inegável tratar-se de primeiro passo da companhia diante do que vem acontecendo em outros merca- dos, antevendo uma possível tendência de eletrificação da frota nacional. Segundo Fernando Castelão, diretor geral da divisão lítio, “o plano é fornecer a todos os segmentos, desde empilhadeiras, caminhões, ônibus e automóveis até pati- netes, bicicletas e outras aplicações como telecomunicações e armazenamento de energia. Estamos nos estruturando para o futuro”. As baterias de lítio que equiparão as empilhadeiras sairão de uma das unidades de Belo Jardim. Para o setor automotivo especificamen- te as coisas deverão andar a passos mais lentos, porém já existe projeto emcurso em parceria coma Eletra para desenvolver um ônibus 100% elétrico. No segundo semestre umprotótipo deverá estar pronto, mas para encomendas comerciais que justifiquem produção local Castelão estima aindamais dois a três anos. “A demanda deverá vir dos operado- res de ônibus, especialmente na cidade de São Paulo, que definiu um calendário para reduzir as emissões de CO2 das frotas. Estão nos planos da Prefeitura manter, em DESCONECTADOS Segundo pesquisa do Sindipeças os fornecedores nacionais Tier 2 e 3 estão muito distantes dos conceitos tecnológicos já aplicados pelas sistemistas e montadoras às quais fornecem no País Divulgação/Audi

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