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15 AutoData | Junho 2019 IBM e Tim para fomentar o uso doWaze Carpool [sistema para oferecer ou pegar carona conectado ao aplicativo] . Todas têmmuitos funcionários que chegam ao mesmo tempo em ummesmo local, há um grande impacto. Com isso criamos, em parceria, um ambiente mais susten- tável. Agora estamos avançando para conversas com as universidades, que têm um perfil semelhante, com muitas pessoas chegando ao mesmo tempo a um mesmo lugar. Como está sendo a aceitação desse sistema? Ele não esbarra um pouco na própria cultura da individualidade que o automóvel proporciona? Nós temos expectativas altíssimas para o Carpool e a aceitação está acima delas. O Brasil foi o primeiro grande país em que lançamos o sistema, em agosto do ano passado, e logo no primeiro mês alcançamos 125 mil usuários conceden- do ou pegando carona. A lógica é muito simples: se no trânsito você está sozinho dentro do carro você é parte do proble- ma, e se há alguém ao seu lado você é parte da solução. É muito fácil se tornar parte da solução. O mais interessante disso é que a carona em si já existe há muito tempo, então o que criamos foi uma plataforma para simplificar esse processo. Émuito diferente de iniciativas como Uber e 99 porque é limitado a duas caronas por dia, para compartilhar o trajeto casa-trabalho e trabalho-casa, e oferece uma ajuda de custo e não uma “Se no trânsito você está sozinho dentro do carro você é parte do problema, e se há alguém ao seu lado você é parte da solução” remuneração. Há também uma lógica ligada à segurança: já ouvimos muito observações do tipo ‘Ah, mas no Brasil não há esse hábito’, mas se você oferece segurança para as pessoas esse hábito muda. Nós fazemos uma checagem de e-mails corporativos, Linkedin, redes sociais, além das próprias avaliações de quem já pegou carona com uma deter- minada pessoa. Pelo sistema você pode, se quiser, por exemplo, pegar carona apenas compessoas do mesmo gênero e que trabalham na mesma empresa que você, ou apenas dentro de um gru- po que você escolhe. Aproposta é dividir com outra pessoa um trajeto que você já faria de qualquer forma. E como você acha que a indústria auto- motiva vê isso? Não há uma vertente de crítica acreditando que sistemas como esse podem na prática reduzir as ven- das de automóveis, já que diminuem a necessidade de umveículo próprio para deslocamentos? Sendo prático: nós lançamos recente- mente umprograma de parcerias envol- vendomobilidade urbana que temcomo maior apoiador a Petrobras Distribuidora, que vende combustível. O futuro da mo- bilidade vai passar por várias maneiras de construí-la e eles querem ajudar esse processo, querem ser parte dessa his- tória. No caso do Waze Carpool você nunca vai conseguir abrir o aplicativo e conseguir uma carona agora, nesse mo- mento. Nosso objetivo é construir uma visão de maior prazo, de programação dos dias da semana, é algo envolvendo trajetos muito específicos de ida e volta do trabalho ou da faculdade, e isso não significa que as pessoas deixarão de ter um carro. O sistema, aliás, oferece uma outra função ao carro, mais social, um propósito: auxiliar outras pessoas e ainda receber uma ajuda de custo por isso, que pode aliviar o gasto comgasolina ou manutenção, e a partir de um trajeto que você já faria de qualquer forma. Espe- cificamente sobre a indústria, de modo geral ela está no meio dessa discussão

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