356-2019-06

19 AutoData | Junho 2019 Por Eduardo Laguna cerca de 40% de suas peças compradas do Exterior. Essa despesa, porém, seria facilmente neutralizada se as montadoras conseguis- sem exportar o suficiente para compensar as compras externas não só de peças mas também dos modelos que importam para complementar seus portfólios de produ- tos. Foi o que aconteceu, por exemplo, em 2017, ano de forte crescimento nos embarques de automóveis. Porém desde o ano passado as ex- portações não param de cair e, assim, já deixaram de equilibrar o custo das im- portações. Ainda que, em tese, a desvalorização cambial seja favorável aos exportadores – por contribuir com a competitividade e com a rentabilidade dos produtos vendi- dos ao Exterior –, a indústria automotiva voltou viver uma situação desconfortável, em que as despesas superam as receitas em dólar. O prejuízo cambial assumido nas im- portações é maior do que os ganhos cam- biais que as empresas têm quando expor- tam em momentos de dólar mais caro, como o atual. O desdobramento disso é Divulgação/Jaguar um custo adicional que vai desembocar em preços mais altos para o cliente final ou margens de lucro menores – ou uma combinação de ambos. É claro que o quadro varia de empre- sa para a empresa, porém considerando a indústria como um todo, inclusive as fábricas de tratores, o desequilíbrio do comércio exterior no ano passado chegou a US$ 5,6 bilhões. Em 2019, mesmo com as importações de peças embaixa, a conta já está emUS$ 1,3 bilhão, conforme dados de comércio exterior registrados oficialmente de janeiro a abril. O Sindipeças, entidade que representa os fornecedores de autopeças, extrai das estatísticas oficiais os fluxos de compo- nentes automotivos, excetuando os pneus, para os quais omercado de reposição tem grande peso, e os insumos empregados em comum por diversas cadeias produti- vas, como bobinas de aço. Ao se somar os saldos comerciais de veículos e de peças chega-se ao valor descrito. Por mais que o dólar, que voltou re- centemente a rondar os R$ 4, apresente- -se hoje em patamar mais competitivo, a

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=