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20 Junho 2019 | AutoData CONJUNTURA » BALANÇA COMERCIAL Argentina – tradicionalmente o destino de quatro a cada cinco carros exportados pelo Brasil – não dá sinais de que vai aumentar as encomendas, ao passo que a tendência de desaceleração da economia global desafia o comércio internacional. Como reação as montadoras voltaram a se movimentar para cobrar do governo estímulos às exportações. Essa é, segundo elas, a única saída para ocupar as linhas de produção ociosas enquanto a demanda interna não retorna ao patamar de antes da última crise. Para Carlos Zarlenga, presidente da General Motors América do Sul, o qua- dro demanda medidas emergenciais e em especial, propõe, o aumento para 10% da alíquota do regime de restituição de impostos recolhidos por exportadores, o Reintegra – reduzida a um hoje simbólico 0,1%. Por enquanto as gestões da Anfavea junto ao governo que tomou posse em janeiro se ocupam em desobstruir garga- los que minam a capacidade dos carros brasileiros de concorrer fora do País como ineficiências de logística, discutidas com o Ministério da Infraestrutura, e a redução da complexidade tributária. Em outra frente a associação cobra uma devolução calculada em R$ 13 bi- lhões em crédito tributário, somados aí impostos federais e estaduais, devidos a exportadores de veículos. Apesar disso desde pelo menos a definição das eleições em novembro as declarações públicas do ministro da Eco- nomia foramno sentido de abrir omercado a concorrentes internacionais e de tirar o Mercosul, bloco onde se concentra o grande fluxo comercial das montadoras, da agenda prioritária na política externa. ESPIRAL Reduzir a exposição cambial depen- derá, de um lado, do desenvolvimento de fornecedores locais – de modo a diminuir as compras de insumos importados – e, de outro, da retomada das exportações, neste caso na busca por uma recompo- sição das receitas em dólares da indústria automobilística nacional. A solução, contudo, não é fácil porque, do que se pode depreender das decla- rações de dirigentes de montadoras, o setor parece ter entrado em uma espiral no qual as fábricas não exportam porque não investem e não investem porque não exportam. E, assim, são obrigadas a fazer verdadeiros malabarismos para tentar equilibrar a situação e amenizar os im- pactos nas planilhas de custo. Zarlenga alega: “Para termos retorno previsível sobre investimentos é preciso exportar. Mas devido à falta de competi- tividade não conseguimos atrair investi- mentos para exportar e, assim, não conse- guimos compensar a exposição cambial”. “Não conseguimos atrair investimentos para exportar e, assim, não conseguimos compensar a exposição cambial” Carlos Zarlenga, presidente da GM América do Sul Christian Castanho

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