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21 AutoData | Junho 2019 Ele acrescenta que, assim, “o retorno sobre o investimento fica imprevisível. E sem lucratividade previsível fica muito di- fícil investir”. Para o executivo os principais problemas são a “brutal” carga tributária, o sistema logístico “precário” e a legislação trabalhista “defasada”. O mais importante dirigente da GM na região insiste, ainda, que “precisamos ex- portar para compensar a alta volatilidade do dólar, mas competimos com o mundo inteiro. O estudo sobre competitividade da indústria automotiva brasileira mostra que nós perdemos sistematicamente para diversos mercados. Não somos compe- titivos”. Segundo Zarlenga os carros produ- zidos no Brasil têm, em média, índice de conteúdo importado de 35% a 45%. O presidente do Sindipeças, Dan Ios- chpe, confirma que as importações de autopeças equivalem a cerca de 40% de toda a produção de veículos, seja a di- recionada a vendas domésticas ou para exportações. “O crescimento da localização se dará com a evolução do mercado e da pro- dução nacional, que trarão escala, em paralelo à melhoria da competitividade e, especialmente, com o crescimento da atividade de pesquisa, desenvolvimento e inovação no Brasil”, acredita Ioschpe, ao destacar a importância dos incentivos oferecidos pelo programa Rota 2030 aos projetos de pesquisa e desenvolvimento. As últimas previsões do Sindipeças apontam para redução de 16,7% das im- portações de componentes automotivos este ano. Mas mesmo com o menor volu- me de importações em pelo menos sete anos a entrada de peças importadas conti- nuará sendo maior do que as exportações de produtos como motores e carrocerias em mais de US$ 3 bilhões. Vice-presidente de suprimentos da Volkswagen na América do Sul, Martin Fries diz que o objetivo damontadora é au- mentar o volume de peças brasileiras nos seus carros produzidos no Brasil. Mas esta é umameta que, segundo ele, depende da competitividade dos fornecedores locais. Na média a Volkswagen compra de fornecedores brasileiros cerca de 74% das peças dos modelos que fabrica aqui. A montadora, porém, reconhece que a média geral é menor porque parte des- sas peças, embora adquiridas de forne- cedores locais, carregam componentes importados. “É necessário que os fornecedores também invistam para aumentar a com- petitividade e acompanhar as novas tec- nologias que a Volkswagen traz para o Brasil. Acompetitividade dos fornecedores locais é importante para que o País se insira na cadeia global de valor, que pode gerar mais divisas com a ampliação das exportações.” “O crescimento da localização se dará com a evolução do mercado e da produção nacional, que trarão escala” Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças Christian Castanho

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