361-2019-11

18 From the top » Luís Pasquotto, Cummins Novembro 2019 | AutoData Como o senhor vê o futuro da motori- zação para comerciais no Brasil? Ninguém duvida que a eletrificação virá, há muita coisa a acontecer, mas o motor diesel perdurará em vários ni- chos por vários anos. E isso se torna uma oportunidade para o Brasil. Amé- rica do Sul e África ainda terão muito diesel. Aqui no Brasil a Cummins do futuro será bem diversificada, lá fora a nova divisão elétrica está crescendo, há mais de trezentas pessoas trabalhando ali, sendo duzentos engenheiros. Ainda está começando, mas será grande fonte de receita no futuro. Aqui a eletrificação acontecerá mais rápido nos centros ur- banos, dada a autonomia. A aplicação será mais forte em cidades com rotas planejadas e curtas. Nos próximos dez anos o elétrico ainda não vai dominar, mesmo nesse cenário, por causa do custo, que ainda precisa cair mais. Se a legislação não obrigar a escolha será do cliente e mesmo aqueles que têm a sustentabilidade como bandeira farão um mix, pois todos precisam de retor- no financeiro. Não temos pressa, não estamos afobados, estamos falando com montadoras aqui sobre isso. Po- deríamos trazer protótipos: já temos lá fora. Mas só o faremos quando fizer sentido em eficiência e custo. Alguma solução de meio-termo? Nossa visão é a de que soluções como o gás são a melhor combinação no mo- mento para o País. A tecnologia está pronta. É, sim, mais cara do que o diesel mas muito mais barata do que o elétri- co. Temos gás abundante e a emissão é perto de zero. É uma ótima solução antes do elétrico. A cereja do bolo é um motor ultra-limpo, dez vezes abaixo do que exige a legislação americana, que é mais avançada do que a Euro 6. É uma boa solução intermediária. Há exemplos de algumas empresas que geram sua própria energia para abaste- cer seus caminhões elétricos. Isso não ajuda a reduzir o custo? “Até imaginamos que a Ford pudesse sair do mercado quando da chegada do Euro 6, mas não assim de repente, da forma como aconteceu. Pegou todo mundo de surpresa.”