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19 AutoData | Novembro 2019 Ajuda a acelerar o processo, e admiro o que estão fazendo. Mas nem todas as empresas têm essa capacidade finan- ceira. E enquanto não tiverem, enquanto a tecnologia não der retorno financeiro, será difícil. Ainda demorará muito tempo, então? É difícil dizer. Não é coisa para dois, três anos. 2025 pode ser prazo razoável para automóveis, pois com a gasoli- na o comparativo é diferente, menos energia é necessária. Para os pesados a tecnologia ainda tem que evoluir bas- tante. Um ônibus elétrico precisa de 3, 4, 5 toneladas de bateria, são quarenta, cinquenta passageiros a menos. Talvez para o caminhão pesado existirá uma travessia direta para a célula de com- bustível. A velocidade é uma incógnita. ACummins opera ummódulo de power- train na fábrica da VWCO em Resende. Aceitariam instalar motores elétricos nos caminhões? Estamos sempre abertos, somos par- ceiros deles. A nossa operação de mon- tagem lá não é fechada, não precisa ser um motor Cummins. Já trabalhamos com os MAN e MWM também. Seria uma expansão natural do módulo. Há futuro para as empresas fornece- doras de peças para motores a com- bustão? O diesel ainda será protagonista por muito tempo. Será menos nos leves, mas nos médios e pesados, caminhões e ônibus, fora de estrada, a maior fatia será do diesel e precisaremos dessa in- dústria. Sim, todo mundo está investin- do, não só nós, e o mercado é o mesmo. Há eletrificação, hibridização, digitali- zação, automação... por mais forte que você seja é preciso haver um retorno para o acionista, não dá para pedir a ele que espere quinze anos. Não dá para fazer tudo simultaneamente. O Brasil não está sozinho, há países concor- rentes na Europa Oriental e na própria América Latina. Temos que pegar essa oportunidade e investir em eficiência e inovação. O senhor vê algum risco de desindus- trialização? Na parte dos veículos comerciais de- penderá da atitude do País, o que que- remos. Se assumirmos que não haverá mercado poderemos perder nossa in- dústria, mas temos oportunidade de atrair novos investimentos para com- bustão, seja diesel, gás etc. Se fizermos um bom trabalho, de produtividade e eficiência, temos a possibilidade de tornar-nos grande polo exportador. A combustão não é uma tecnologia ul- trapassada, perdurará se for adequada, de baixa emissão. Dá para ir além do Euro 6, e será uma ótima solução em muitas áreas do mundo. “Ninguém duvida que a eletrificação virá, mas o motor diesel perdurará em muitos nichos por vários anos. E isso se torna uma oportunidade para o Brasil. América do Sul e África ainda terão muito diesel.” E o mercado de geração de energia? Há boas perspectivas? Somos líderes ou vice-líderes na maioria dos mercados da América Latina. Há um processo igualmente gradual. Precisa- mos evoluir em emissões, aqui não há lei para isso, estamos atrasados e é la- mentável. Aenergia solar e a eólica estão avançando, e o gerador pode funcionar a gás também. Além disso estudamos o uso da célula de combustível para substituir um gerador.

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