363-2020-02

17 AutoData | Fevereiro 2020 mesmo, sem tanto apetite. O mercado brasileiro é uma aposta de longo prazo, acreditamos que há aqui um mercado para se tornar um dos grandes players mundiais. Em ônibus ocorreram atrasos em licitações, o que postergou algumas nacionalizações. Sem Finame também é mais difícil, 90% dos negócios ocor- rem desta forma mas agora nosso pro- cesso [no BNDES] foi aprovado. Qual o índice de nacionalização dos ônibus elétricos produzidos em Cam- pinas hoje? Atendemos aos requisitos, há um plano de nacionalização progressivo, de 30% com compromisso de 50%, e o nosso vai chegar a 70% até 2022, 2023. Com a entrada no Finame acreditamos que este será o grande ano de ônibus elé- tricos no País. O Finame pode ser só para o chassi, com bateria alugada, ou para o chassi com as baterias. A maior di culdade é que o modelo de remu - neração de operadores de ônibus no Brasil é baseado em depreciação de capital investido, com tarifação sobre custos, é um modelo muito ruim. Se o operador compra um ônibus duas vezes mais caro o impacto na tarifa é muito grande. Sobre a nova fábrica de baterias em Manaus que o senhor citou anterior- mente: fará produtos só para veículos? Inicialmente sim, vendendo inclusive até para outras montadoras, pois tere- mos capacidade para isso. Mas também faremos ali baterias para sistemas es- tacionários de energia. É um mercado importante para nós na segunda vida da bateria: pode ser que para um ôni- bus em até doze, quinze anos ela não funcione mais tão bem, mas para essa aplicação sim. O modelo de aluguel da bateria com a energia ainda é o mais utilizado pelos seus clientes? Oferecer energia junto com a bateria é crucial para o TCO fechar. As distribui- Falávamos de adensamento da cadeia, desenvolvimento de tecnologia, redu- ção de peso. Para nós fez diferença, por exemplo, no desenvolvimento de fornecedores. O aço do nosso chassi é de alta resistência, temos um plano de nacionalização mas o fornecedor não consegue atender porque preci- sa de um volume, digamos, de 1 mil pedidos. Sozinhos não conseguimos mas se ele vendesse trezentos para um, duzentos para outro, cem para um terceiro e o resto para a BYD seria possível. Conversamos muito com o Sindipeças, eles também estavam oti- mistas. A mídia comprou o discurso da Anfavea de que a Fazenda criou aquela tabela de IPI para elétricos e híbridos leves considerando peso versus e - ciência energética, mas foi criada por eles mesmos, eu vi. O elétrico sempre pagaria menos imposto e o híbrido um pouco menos, pois seria cobrado ape- nas por e ciência energética, e aí eles vieram com essa tabela incluindo peso. O elétrico puro foi penalizado. Houve um atraso nessa programação, então? Atrapalhou outros investimentos previstos? O Mercosul provavelmente receberá a primeira grande fábrica de baterias de células de lítio da BYD fora da China, pois aqui está uma das maiores reservas de lítio e minerais raros. A nossa meta nos primeiros anos era o que zemos “O Mercosul provavelmente receberá a primeira grande fábrica de baterias de células de lítio da BYD fora da China, pois aqui está uma das maiores reservas de lítio e minerais raros.”

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