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53 AutoData | Fevereiro 2020 “Perdemos muito volume de venda pois estávamos limitados a uma cota. Ao mdo programa nos animamos novamente, na ânsia de retornar aos números do passado, mas aí o dólar disparou.” Avalorizada moeda estadunidense é a razão para o salgado preço do hatch Rio. R$ 70mil é o preço pedido pela versão LX, que traz centralmultimídia, sensor crepuscular, câmera de ré, controles de estabilidade, tra- ção e frenagememcurva, monitoramento de pressão dos pneus e farol de neblina. Ar-condicionado digital, bancos revestidos emcouro e saída USB nos bancos traseiros são alguns dos itens da EX, a R$ 79mil – nas contas da Kia, representará 80% do mix. O motor é o 1.6 ex do HB20 e alcança até 130 cavalos quando abastecido 100% com etanol. Nas duas versões a transmis- são é automática. Ribeiro estima vender 2,4 mil Rio neste ano. Os planos mudaram desde a decisão de, en m, trazer o modelo para o Brasil. Gandini diz que quando fez a encomen- da do primeiro lote, na segunda metade do ano passado, o dólar estava a R$ 3,75. “Valorizou mais de 10%. Esperamos que ao menos estabilize, porque afeta muito o mercado de importados.” Foi tambémo dólar quemexeu na pro- gramação de importação do sedã Cerato, cuja nova geração chegou nomeio do ano passado: na época do lançamento a Kia projetava vender, este ano, mais de 4 mil unidades do sedã. Mas não há planos de pisar fundo no freio. Gandini adiantou algumas novidades para omercado brasileiro este ano, como a nova geração do Soul, umSUVcompacto e os primeiros passos emhíbridos e elétricos. É neste segmento, aliás, que o presidente da Kia do Brasil enxerga grandes oportu- nidades para veículos importados, uma vez que a produção local ainda engatinha e as condições de concorrência estão de igual para igual até com as montadoras com fábricas no Brasil, que ainda precisam importar elétricos ou híbridos. “O dólar também vai acabar mexendo como preço dasmontadoras locais”, proje- ta o empresário. “Muitos componentes são Divulgação/Kia importados e a valorização damoeda gera impacto, também, nos custos de produção. Evale lembrar que os lucros são reportados em dólar.” O mundo globalizado automotivo ren- deu uma curiosidade: produzido emMon- terrey, noMéxico, o Kia Rio tem80% do aço usado emsua estrutura importado do Brasil. EStRAtégiA REgionAl Não há mais nada doMéxico para che- gar, por enquanto, nomercado brasileiro – a não ser outras versões do Rio ou Cerato. Gandini descarta qualquer possibilidade de fábrica brasileira: “Aencrenca [da Kia como governo bra- sileiro, gerada pelamal sucedida empreita- da da Asia Motors que deu origem a uma enorme dívida tributária] acabou dando ao México a fábrica, que poderia ter sido instalada no Brasil”. Em paralelo Gandini admite ter um ou- sado plano, ainda emdiscussão preliminar com a diretoria coreana: produzir um novo modelo no Uruguai, onde mantém a linha de produção dos caminhões Bongo. “Ainda não há nada de nido, mas é uma possibi - lidade. Podemos montar um automóvel naquela fábrica. Ainda não temos nem o modelo, é só uma conversa em estágio inicial.” Ampliar o portfólio é atender a uma de- manda da rede de concessionários, que está em processo de expansão. No m do ano passado o executivo José Luiz Ven- dramini foi contratado para a diretoria de planejamento de rede, para dar sequência ao projeto de Gandini diante da perspectiva de aumento de volume e linha. “Nossa meta é aumentar a expansão geográ ca da rede Kia”, diz Vendramini. “Hoje cobrimos 61% do território e busca - mos, com os mesmos grupos atuais, am- pliar essa cobertura, abrindo showrooms e concessionárias mais enxutas, com boxes de serviços emvez de o cinas completas.” Segundo o executivo o plano é, ainda em2020, abrir quinze novos pontos deven- das. Concessionárias digitais nos grandes centros tambémestão no programa, porém mais para o longo prazo.

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