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24 Março 2020 | AutoData PLAtAfORMAs GLOBAIs » ENGENhARIA LOcAL época, se colocava na lista dos maiores do mundo, ou simplesmente em razão da orientação estratégica que passou a predominar nos grandes grupos automo- bilísticos, o Brasil entrou de nitivamente na rota das plataformas globais de produção. Quando se olha, porém, para a posi - ção brasileira no cenário internacional – e diferentemente do que se sonhou há oito anos –, de nitivamente não nos tornamos base de exportação relevante, assimcomo camos longe de representar um grande centro global de desenvolvimento auto- motivo. MEsAs vAzIAs O que tem se observado é um esvazia - mento dos departamentos de engenharia em montadoras e seus fornecedores. É o preço – caro por se tratar de uma mão de obra altamente quali cada – que se paga por ser coadjuvante do movimento mundial de centralização dos programas de desenvolvimento, no qual o foco ra- pidamente se direcionou à eletri cação em substituição aos tradicionais motores a combustão, para onde os centros de tecnologia no Brasil concentram por dé - cadas seus maiores esforços de pesquisa. “O momento é de centralização da engenharia e não é mais local for global”, observa o professor Renato Romio, do curso de engenharia mecânica do Instituto Mauá de Tecnologia. “É global for local, pelo qual as plataformas mundiais fazem com que o desenvolvimento regional per- ca a importância.” Nas linhas de produção ou nos labo- ratórios a gura do engenheiro se tornou menos presente. Nos últimos oito anos 2,9 mil postos de trabalho relacionados a diversas atividades de engenharia fo- ram extintos no setor, sendo 1,2 mil nas montadoras de autoveículos e 1,7 mil nas fábricas de autopeças. Estes dados constam no sistema do Caged, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Tra - balho, que registra as movimentações de criação e eliminação de vagas formais de trabalho. Os dados mostramenxugamento de quadros que, embora tenha sido mais acentuado no período de crise, não foi interrompido nos últimos dois anos, de recuperação de volumes, 2017 e 2018. As áreas de engenharia mecânica, de produção e de controle de qualida- de foram aquelas onde aconteceram os maiores cortes – foram 2,4 mil a menos desde 2012. Em áreas ligadas mais diretamente à produção é possível que parte destas va - gas seja recuperada caso a indústria volte a exibir a atividade de um passado nem tão distante – ainda que di cilmente uma reposição completa ocorra, pelo avanço na automação e nas estruturas de Indústria 4.0, que trabalha mais intensamente com softwares. Já a recuperação dos postos associa- dos à pesquisa e desenvolvimento é algo Divulgação/Ford INVERTEU DE NOVO O local for global perdeu espaço para a volta do global for local, o que reduz a importância do desenvolvimento regional, novamente renegado apenas a adaptações pontuais

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