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19 AutoData | Maio 2020 recursos deixam de chegar, não há saída fora um ou outro ou, até mesmo, ambos. A fonte entende que a situação brasileira é mais grave porque a economia já estava cambaleante antes da crise, diferentemen- te dos Estados Unidos e Europa. Revela, ainda, que os bancos pediram garantias das matrizes das fabricantes, algo que considerou impraticável. Para esse executivo algumas empresas têm mais fôlego e outras menos, con- siderando todos os elos da cadeia, mas nenhuma para além de curto prazo, inde- pendente do tamanho. em cima de tudo, aumento E se isso tudo fosse pouco a pressão dos custos já fez com que diversas mon- tadoras reajustassem os preços dos ve- ículos nas concessionárias, mesmo em um cenário de brutal queda nas vendas – no acumulado do ano até abril, segun- do a Anfavea, de 27% ante mesmo perí- odo de 2019, para 614 mil unidades. Em abril, isoladamente, o recuo foi de 76%. Neste cenário, e mais uma vez con- trariando o padrão, a General Motors anunciou publicamente o aumento, com direito a declaração de Carlos Zarlenga, seu presidente para América do Sul: “Não temos espaço para perder dinheiro porque a dívida já é enorme e vai duplicar. O que veremos é reajuste de preços mesmo com uma indústria pequena, porque as mon- tadoras precisam seguir a desvalorização do real. Já houve aumento de preços, que não víamos há muito tempo, e veremos mais ainda”. O cenário, assim, se con gura como dramático para empresas, trabalhadores e consumidores. Em Brasília, DF, o drama consiste em abrir mão de uma ideologia liberal agora ou aguentar as consequên- cias de ver a corda arrebentar logo à fren- te. Não parece uma escolha muito difícil, mas nem todo mundo enxerga o quadro da mesma forma. Causaria, a covid-19, também cegueira?

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