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18 Maio 2020 | AutoData conjuntura » Liquidez cutivo as empresas que compõema cadeia automotiva precisamde R$ 40 bilhões nos próximos quatro meses para atravessar a crise: “Não queremos dinheiro público ou subsídio: queremos acessar as linhas de crédito de forma rápida e com taxas justas”. Para ele “o setor depende de liquidez, especialmente a cadeia fornecedora. Se um fornecedor cai derruba toda a cadeia”. A encrenca, entende, é que o mundo todo passa por uma crise sem precedentes, que pela primeira vez afetou a todos os mercados de uma só vez – e não há como buscar essa liquidez no Exterior, muito menos nas matrizes. “Em quatro meses gastaremos o equi- valente a um ciclo de investimentos de anos na indústria. Por isso congelamos todos os investimentos, pois não há como pensar em desenvolver um carro para 2022, 2023, nessas condições.” Segundo Di Si o governo criou um con- sórcio de bancos privados para examinar setores da economia e no automotivo a liderança cou a cargo do Itaú. Ele avalia, porém, que “o governo compreendeu as necessidades da indústria e classi cou o setor automotivo como um dos críticos, que demandam mais atenção”. Nos bastidores, porém, a visão é outra. Uma fonte ligada diretamente às monta- doras, sob condição de anonimato, revela grande preocupação por acreditar que o governo não está entendendo o que está acontecendo nem o tamanho e a gravidade do problema. Classi cou ainda como ‘lamentável’ a ideia de dar a bancos privados a tarefa de negociar com o setor, uma vez que estas instituições já estavam municiadas, pelo próprio governo, de infor- mações que as ajudavamnas negociações privadas com montadoras, fornecedores e concessionários. Amesma fonte admite que as monta- doras já não estão mais pagando os for- necedores, o que tende a gerar quebra- deira na cadeia automotiva pela falta de pagamento destes aos Tier 2 para baixo. Segundo AutoData apurou apenas uma grande montadora instalada no Brasil gastou, em abril, mais de US$ 1 bilhão para honrar seus compromissos do mês e, com isso, esgotou seus recursos. Não manterá, portanto, a mesma política neste maio. Outra fonte também ligada diretamente a uma grande montadora reclama do que considera má gestão da área de economia do governo e de disputas políticas, além de concluir que os bancos não querem ajudar a resolver o problema dos setores industriais, mas, sim, apenas e tão somente lucrar. Moraes, da Anfavea, traz alguma parte desta discussão aos holofotes, algo raro. Para ele a crise econômica está sendo agravada por questões políticas: “Falta sensibilidade e responsabilidade na co- ordenação das ações” – que têm como um dos principais resultados a disparada do câmbio, que já ameaça chegar a R$ 6 para cada US$ 1, mais um problema para a indústria. Dadas as circunstâncias duas palavras bastante indesejadas passaram a ser repe- tidas com alguma ênfase por executivos do setor automotivo quando os gravadores estão desligados: demissão e falência. Outro destes líderes das empresas do segmento de veículos reforça a situ- ação difícil alegando que as montadoras compram e vendem a prazo e que, se os

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