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39 AutoData | Junho 2020 Afora a suspensão da renovação de frota houve fechamento de quinze pontos da sua rede, sendo doze de aluguel de veículos e três de vendas de seminovos. Houve também, segundo o executivo, reforço do caixa e renegociação de con- tratos com fornecedores. O conjunto de medidas, mais do que uma resposta ao cenário adverso provo- cado pela covid-19 na economia, trata de um processo denominado “redesenho do modelo de negócio” segundo o diretor nanceiro Edmar Lopes Neto, da Movida: “Estamos diante de um novo cenário e temos de reescrever tudo o que foi feito até agora. Acreditamos muito no carro por assinatura, ainda que o motorista de apli- cativo represente um negócio importante. Vai ser o maior negócio das locadoras no futuro, é um leasing melhorado com a oportunidade de explorar mais serviços”. Dentre os produtos que a empresa aposta para melhorar seu desempenho comercial durante a pandemia está a oferta de serviço baseado no modelo de pagamento por uso. Franklin disse que a oferta é uma forma de reter os motoristas na base de clientes – com o menor tráfe- go nas cidades, motoristas de aplicativos viram as receitas com corridas caírem, o que levou parte deles a devolver os veículos. O modelo de pagamento por qui- lômetro rodado, assim, resolveria duas questões para a Movida. A primeira, a falta de espaço físico: “Se o motorista paga apenas pelo que usar, ele reconsidera devolver o veículo e o mantém em sua garagem, evitando que a empresa te- nha também este custo”, disse Franklin. A segunda, manteria alguma receita, ao contrário da entrega do veículo que, por outro lado, representaria maiores custos. Na mesma toada vem a Localiza, que sinalizou à frente um período de prepara- ção aos efeitos da pandemia. A primeira medida de um pacote de redução de custos é reestruturar a frota de modo a equilibrar as entradas e saídas dos ativos, mas sem fazer uso da redução de preço dos veículos, segundo Teixeira: “Não temos a necessidade de vender os veículos seminovos a qualquer preço, e já vínhamos ajustando os valores de depreciação”. A frota total da empresa até março era composta por 325 mil veículos nas unidades de locação, gestão de frotas de empresas e nas unidades franqueadas. Esse volume é 31% maior do que o regis- trado no mesmo período no ano passado. Avenda de veículos, no período, foi de 40,8 mil unidades, 10,5% a mais do que de janeiro a março de 2019. A compra de veículos das montadoras aumentou 4,6%, somando 38,3 mil unidades. Os números teriam sido maiores não fosse o fechamento das lojas ocorrido como medida de segurança contra a pan- demia – a Localiza fechou seus pontos de vendas a partir de 23 de março. Até maio das 528 lojas da rede 127 estavam fechadas, 355 funcionando nor- malmente e 46 de forma restrita. No caso das lojas de seminovos das 124 lojas da rede 46 estavam fechadas, 38 funcionan- do normalmente e quarenta de maneira restrita. Quem também neste contexto proje- ta meses de retração é a Uber, um dos vértices do negócio lucrativo que envolve locadoras e montadoras. A companhia anunciou no mês passa- do perda de US$ 2,9 bilhões no primeiro trimestre ligada à baixa no transporte de passageiros pela pandemia de corona- vírus. Só nos Estados Unidos, matriz da com- panhia, deixaram a base de cadastro 3,7 mil motoristas.

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