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19 AutoData | Julho 2020 Em 2020 a KPMG registrou recorde de participação dos executivos da cadeia au- tomotiva, incluindo pela primeira vez o pessoal do segmento de caminhões. Algumas megatendências apresenta- das no estudo demonstram que as posi- ções da indústria automotiva global, antes direcionadas à concentração da produção onde estava a oferta de mão-de-obra e custos tentadores, aliada a um mercado com potencial gigantesco, começam a recuar em um momento pré-pandemia capturado pela pesquisa. O que vem a seguir é uma tendência de regionaliza- ção que pode envolver todos os níveis da cadeia de produção e iniciativas das montadoras para conhecer e interagir com a dinâmica especí ca de cada mercado. O ponto central dessa tendência está relacionado com o entendimento de que uma melhor distribuição das linhas produtivas no tabuleiro global será uma maneira de diminuir os riscos, mantendo os custos competitivos. Principalmente diante de ameaças inesperadas como uma pandemia capaz de interromper o uxo de produção em todos os continentes ao mesmo tempo. Como observou Ricardo Bacellar, líder da KPMG para o setor automotivo no Brasil, “com a covid-19 experimentamos o lado nocivo da concentração da produção. O fornecedor pega um resfriado lá e todo mundo ca gripado. Foi mais ou menos isso que aconteceu”. Antes mesmo do efeito devastador da pandemia a KPMG capturou que os exe- cutivos deixaram de olhar de uma forma horizontal para todas as suas operações globais. Em resumo, estratégias globa- lizadas estão sendo rediscutidas no he- adquarter das empresas. E uma lista de pontos fortes para considerar a localização vão surgindo nas respostas dos líderes da indústria: 1) as fontes de matéria-prima passarão a ser um fator decisivo na de nição de in - vestimentos em tecnologias de propulsão; 2) a diversidade do consumidor; 3) as políticas industriais de cada país; e 4) os critérios de melhores práticas ambientais, sociais e de governança – do inglês ESG. Esses e muitos outros movimentos de mercado, como o acesso da população a bens de consumo de alto valor agregado e preferências na utilização de platafor- mas digitalizadas em diferentes lugares do planeta, estão sendo apontados na pesquisa como pontos de re exão para uma grande mudança de rota. E agora a pandemia veio compotencial de acelerar a descentralização do jogo au- tomotivo global. O resultado da pesquisa KPMG identi ca o início desse movimento. Os executivos apontaramque até 2030 menos de 5% da produção global ocorre- rão na Europa Ocidental. Essa resposta re- presenta um aumento de 9% com relação à pesquisa anterior e sinaliza a tendência dos executivos buscarem condições mais atrativas de custos, impostos e incentivos no eixo Leste daquele continente. De 2010 a 2019 a participação da Eu- ropa Ocidental na produção global de automóveis e comerciais leves caiu de 18% para 15%. 1,1 mil executivos de trinta países. 2 mil consumidores de trinta países. Novidade: integração dos fabricantes de caminhões no portfólio automotivo. Mais de 50% dos executivos são CEOs e C-Level. A demogra a da pesquisa

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