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31 AutoData | Setembro 2020 tuações, como aclives, o que resulta em economia de combustível. Nas frenagens e desacelerações o sistema recupera a energia cinética armazenando-a em ba- terias que alimentarão o motor elétrico. Sérgio Carvalho, vice-presidente exe- cutivo e COO da Suspensys, assegura que “desconhecemos algo similar em produção no mundo. Apenas ouvimos falar. Trata-se de algo de contornos dis- ruptivos”. Apresentado na Fenatran 2019 o e-Sys começará a ser testado por frotistas ainda este ano, desencadeando a etapa que antecede o início efetivo de produção, programado para o segundo semestre de 2021: “A repercussão no mercado foi além da expectativa. Tivéssemos adotado a política da Tesla de cobrar antecipada- mente e abrir lista de espera teríamos uma carteira robusta, principalmente de interessados do Exterior”. Para Carvalho o produto faz “todo o sentido” para mercados como Brasil, China e Chile, de topografias irregulares e acidentadas, com muitos aclives, que exigem grande esforço dos caminhões. Acrescenta que estas características, as- sociadas às condições brasileiras de car- regamento e de relação peso-potência, além das legislações de cargas e acopla- mentos, constituem-se em cenário ideal para a utilização do sistema. De acordo com ele o e-Sys inverte a lógica vigente porque a carreta passa a ajudar o cami- nhão com ganhos operacionais. Dependendo da aplicação e das con- dições de carregamento e da estrada estima economia de combustível em até 25%, além de menor desgaste dos com- ponentes e de emissão de poluentes. A tecnologia de armazenamento e rege- neração elétrica é pioneira na América Latina e foi inspirada na Fórmula 1, que utiliza o sistema KERS. O desenvolvimento demandou dois anos, na própria empresa. A primeira apli- cação ocorreu em um semirreboque gra- neleiro da Randon chamado Hybrid R. De Divulgação/Suspensys acordo com Carvalho o desenvolvimento mais crítico é o de software de controle, “mas estamos evoluindo bem em todos os componentes nos testes”. EM RESENDE A Suspensys ainda assinou acordo de parceria para ingresso no consórcio modular mantido pela Volkswagen Ca- minhões e Ônibus em Resende, RJ, onde fará a montagem de todas as suspensões pneumáticas. Será também a fornecedo- ra do sistema modular de suspensões full-air, concebido em conjunto com a fabricante para seu portfólio de veículos. Sérgio Carvalho justifica o investimento diante de tendência crescente do uso de suspensões a ar em veículos comerciais, visando ao maior conforto dos passa- geiros nos ônibus e à proteção da carga nos caminhões. O segmento em que o equipamento tem maior expectativa de crescimento é o de veículos pesados, em várias aplicações. A família de suspensões desenvolvida exclusivamente para a VWCO tem como principais atributos melhor desempenho e, especialmente, flexibilidade, com fácil adaptação a vários tipos de veículos e trações, ao contrário dos equipamen- tos básicos, que são mais rígidos na aplicação: “Este é um produto para a Volkswagen, mas a Suspensys tem ca- pacidade de desenvolvimento para as demais marcas”. A abertura da operação em Resende deve gerar de quinze a vinte novas va- gas de trabalho no primeiro momento, que se inicia em outubro com projeto piloto. A partir do ano que vem, quando a produção será efetiva, serão abertos de 35 a quarenta novos empregos. Em Caxias do Sul, RS, onde será feita toda a manufatura do equipamento, deverão ser contratadas de quarenta a 45 pessoas na fase inicial, podendo chegar a cem em 2021. Por confidencialidade fixada em contrato Carvalho não comenta volume de produção.

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