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46 Outubro 2020 | AutoData PERSPECTIVAS 2021 » MACROECONOMIA E ngatada no terceiro trimestre amarcha da economia brasileira rumo à nor- malização deve continuar no ano que vem. As projeções de economistas quanto ao crescimento do PIB em 2021 variam, atualmente, em um intervalo que vai de 1,9%, nos cenários mais pessimistas, a 5,3% nos mais otimistas, sendo 3,5% o ponto médio. A resposta de qual desses dois gru- pos estará, no fim do ano que vem, mais próximo da realidade dependerá de duas grandes variáveis: de um lado o suces- so de uma vacina contra a covid-19 e, de outro, a sustentabilidade fiscal do Brasil. Quanto mais rápido a população for imunizada e quanto mais o governo der mostras de que voltará, após um período de exceção, a segurar os gastos públicos, mais perto do teto da previsão o PIB ficará. Em compensação a atividade econô- mica ficará mais próxima do piso das esti - mativas se houver demora na imunização, deixando a economia exposta a novas quarentenas. Pior será se, nesse contexto, o governo reagir comexpansão fiscal, sem exercer reformas capazes de restabelecer Por Eduardo Laguna Na expectativa de cura da covid-19 economistas preveem um 2021 melhor. Volta ao pré-crise, porém, só deve acontecer daqui a dois anos. compromissos fiscais – incluindo o teto de gastos públicos. Este não é, porém, o cenário mais pro- vável traçado pelos economistas. A ex- pectativa em geral é a de que o governo segurará os gastos – trazendo para abaixo de 3% um déficit primário que deve fechar 2020 na casa de 12% do PIB –, ao mesmo tempo em que haverá, sim, controle da pandemia, dando condições para a rea- bertura econômica transcorrer sem retro- cessos, o que, como consequência, tende a descomprimir o tripé de sustentação do consumo: emprego, renda e confiança. Segundo os economistas o fim do auxílio emergencial deve limitar a reto- mada do consumo. Porém se o governo mostrar disciplina fiscal, como se espera no mercado financeiro, a taxa básica de juros, em um contexto de alta ociosida- de da economia, tende a não se afastar muito da atual mínima histórica, puxando junto com a melhora de confiança das empresas outra alavanca da recuperação: os investimentos. Conforme previsões de instituições como Bradesco, Santander e Porto Seguro

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