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53 AutoData | Outubro 2020 serviços da Continental, diz que há al- guns motivos para confiar em resultados melhores no ano que vem, como o de- sempenho positivo do agronegócio, os juros na mínima histórica e os potenciais investimentos em infraestrutura. Há também no segmento perspectiva menos pessimista para as exportações, emespecial à Argentina, onde, após cortar pela metade as importações de peças nos últimos dois anos, as montadoras estão retomando níveis de produção pré-pan- demia. Acordos do governo argentino com credores internacionais também podem atenuar a escassez de dólares que faz o país vizinho restringir a entrada de im- portados. Acima de R$ 5 o câmbio ficou mais favorável ao produto brasileiro na com- petição com concorrentes internacionais, seja no terreno doméstico seja no Exterior. Porém os fornecedores de peças argu- mentamque tal ganho de competitividade é minimizado por aumentos nos preços de insumos. Rodrigues, da Continental, cita aço, alu- mínio e plásticos como matérias-primas que tiveram rápido aumento de preços: “A competitividade da indústria local só virá demaneira sustentável mediante reformas estruturais”. Quanto ao mercado doméstico o pas- sivo deixado pela pandemia, como perda de renda e desemprego, tende a limitar a retomada, em especial, dos mercados de entrada. Cláudio Furlan, gerente de ma- rketing e vendas da fabricante de catalisa- dores Umicore, observa que locadoras de automóveis podem demorar mais tempo para girar sua frota, dado o choque sofrido pelo setor com as restrições de circulação: “Entendemos que as regiões agrícolas seguem em franco crescimento, porém consomemmenos veículos que as regiões mais industrializadas”. Nas projeções da Umicore o mercado de carros de passeio deve ficar, no ano que vem, de 15% a 20% abaixo do volume de 2019. Na Meritor, que fabrica eixos de veí- culos comerciais, o plano é aumentar a produção em cerca de 12% no ano que vem após queda de 20% prevista para este ano: “Ainda estamos em fase de avaliação dos investimentos para o próximo ano, que dependerá do ritmo de recuperação do mercado de caminhões”, contou Kleber Assanti, diretor de marketing, vendas e aftermarket para a América do Sul. Para a direção da Cummins, fabricante de motores, na pessoa de seu presidente, Luís Pasquotto, a expectativa é a de que a produção de caminhões e ônibus só volte a repetir em 2022 o nível mostrado em 2019: “2021 deve ser melhor do que 2020, mas emvez de considerar isso como crescimento consideraremos como recu- peração parcial domercado que encolheu em 2020”. Divulgação/FCA Divulgação/VW

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