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55 AutoData | Outubro 2020 Esse é um dos compromissos que a nova gestão da Adefa, Asociación de Fá- bricas de Automotores, que assumiu em julho, pretende levar adiante, construindo uma relaçãomais intensa como Brasil para que as empresas nos dois países possam ser competitivas no mercado global. A realidade, no entanto, ainda estámuito dis- tante do sonho de uma indústria regional. Quase todos os líderes das empresas que fazem parte desta edição Perspec- tivas 2021 disseram que o período de recuperação do mercado na Argentina levará bons e longos anos. Mais do que no Brasil, certamente. Outras dúvidas: o parque industrial conseguirá manter suas atividades? Emais: terá fôlego para investir e melhorar sua competitividade? Para atacar esses pontos cruciais e olhar para o futuro da indústria automotiva por lá o novo presidente da Adefa, Daniel Herrero, partiu para a ação e disse que tem compromissos com o governo, os traba- lhadores e as montadoras, ou terminales, emespanhol, paramelhorar o ecossistema de negócios do setor e fazer da Argentina um fornecedor relevante na região. Antes de contar como o Brasil desempenha um papel central nesse enredo, vamos tratar do mercado interno. Com o Ministerio de Desarrollo Pro- ductivo os terminales estabeleceram as bases da atividade industrial e comercial para 2020. O objetivo é produzir 260 mil unidades, volume mínimo para manter toda a cadeia automotiva atuando. Isso significa que não haverá demissões, outro compromisso que Herrera disse ter feito com os sindicatos. Além disso a ideia é promover as ven- das para que omercado argentino alcance 290mil, 300mil unidades em2020. Herrero já requisitou ao governo algummecanismo de estímulo às vendas. O argumento é que com o crescimento gradual registrado nos últimos meses um programa especial de incentivo para veículos nacionais possa contribuir para atingir o teto do compro- misso, que são 300 mil unidades. É aí que o Brasil começa a entrar na história. As conversas da Adefa com o go- verno e os sindicatos na elaboração das estratégias de sobrevivência dão conta de que o mercado interno terá que absorver 96mil veículos importados – a esmagado- ra maioria do Brasil – no último trimestre. Caso esses números se realizem ao fim de dezembro a Argentina, sozinha, poderá importar mais do que as 82 mil unidades da nova projeção da Anfavea Divulgação/Adefa

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