373-2020-12

46 Dezembro 2020 | AutoData MONTADORAS » ESTRATÉGIA MADE IN URUGUAY Coincidência ou não dez dias depois de anunciar a concretização do negócio com a construtora a Ford revelou que produ - zirá a partir do ano que vem a van Transit no Uruguai para atender aos mercados da América do Sul. A operação será em parceria com a local Nordex. “A produção da Transit no Uruguai for - talecerá a competitividade da Ford em um segmento em crescimento na região”, declarou, também em comunicado, Wa - ters, “com um produto de alta qualidade e sucesso, especialmente no caso do Brasil”. AFord não produz no Uruguai há quase quarenta anos. Fechou sua unidade de Montevideo no início dos anos 80, após mais de três décadas montando ali pica - pes e automóveis em CKD e SKD. O investimento será conjunto, de US$ 50 milhões, gerando duzentos empregos diretos, levando o total na Nordex a quase quinhentos. O antes solitário Kia Bongo ali ganhou em 2017 a companhia dos Peu - geot Expert e Citroën Jumpy, vans irmãs gêmeas, e bem recentemente a picape Peugeot Landtrek (veja na pág. 52) . O caminhão leve Bongo é o veículo mais produzido no Uruguai da história, com 28 mil unidades acumuladas desde 2010. Já os comerciais PSA acumulam volume próximo a 20 mil unidades pro - duzidas na Nordex. “Essa iniciativa destaca a relevância do Mercosul e valorizará ainda mais o se - tor automotivo na região sul-americana”, acrescentou Waters no mesmo comuni- cado. “Ela alavancará os pontos fortes e as capacidades de cada mercado para ofe- recer maior eficiência, integração regional e fluxos comerciais mais fortes.” O volume estimado para as Transit no Uruguai é de 5 mil a 8 mil unidades/ano a partir de maio, nas versões van e minibus. A Transit foi comercializada no Brasil de 2008 a 2014, importada da Turquia. Na época a Ford alegou que a taxa do dólar, que então chegou à cotação de R$ 2,30, não permitia mais que o modelo fosse competitivo no mercado nacional. SUSTENTÁVEL? Segundo a Ford, ainda em nota, “o re - torno ao Uruguai é ummarco importante da Ford para transformar suas operações em um negócio sustentável na América do Sul”. O negócio na região, portanto, não se apresenta em bases, nesse momen- to, sustentáveis, admite a Ford. Parte do problema está na ociosidade do parque in - dustrial brasileiro, explicou Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford América do Sul, em recente apresentação no Congresso AutoData Perspectivas 2021 – e não custa lembrar que a Ford se livrou de boa parte de sua própria ociosidade com o fecha- mento da unidade do Taboão. Divulgação/PSA

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=