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29 AutoData | Março 2021 vendas, fusões e aquisições de empresas e de operações internas. Hoje dentro do complexo estão ins- taladas, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, só dez forne- cedores: Acument, Autometal, Benteler, Faurecia, Ferrolene, Flex, Moura, Sodecia, TPC e Yazaki. A eles, mas do lado de fora, se somam Magna, em duas operações, SIAN e Tenneco. A ideia de levar os fornecedores para dentro da fábrica era prover os modelos Fordmade in Camaçari com alto conteúdo local e, mais especificamente, alto conte - údo baiano. O que efetivamente ocorreu: segundo dados do Investe Bahia, braço da secretaria de desenvolvimento eco- nômico estadual, de 2019, na média os Ka, Ka Sedan e Ecosport ali produzidos carregavam 95% de conteúdo nacional, sendo 76% fornecidos pelas parceiras dentro do complexo. Também de acordo com o Investe Bahia, ao todo, somando as sistemistas, o complexo de Camaçari empregava aproximadamente 7,7 mil pessoas dire- tamente, sendo responsável por mais 77 mil empregos indiretos. Para o presidente do presidente do Sindicato dos Metalúrgi- cos de Camaçari, Júlio Bonfim, são 12 mil diretos e 60 mil indiretos. A Secretaria de Desenvolvimento Eco- nômico, durante reunião comvereadores de Camaçari, em janeiro, afirmou que são 7 mil funcionários diretos ao todo, sendo que 2,8 mil contratados dos fornecedores. O total de empregos indiretos, nos cálculos da SDE BA, vai de 75 mil a 80 mil. Essas empresas sistemistas parcei- ras da Ford na montagem em Camaça- ri, naturalmente, foram impactadas em sua totalidade e em 100% das operações com a decisão da montadora de fechar a planta, já que forneciam, mesmo que em estruturas menores do que as de uma fábrica convencional, exclusivamente para a operação. Elas serão indenizadas pela Ford, em termos ainda desconhecidos publicamente. Existe no Estado expectativa de encon- trar alguma fabricante que se interesse Divulgação/Ford pela área e pela estrutura já pronta, apro- veitando ainda o fato do complexo estar junto ao Polo Petroquímico de Camaçari. “A Ford fechou mas vamos abrir novas ‘Fords’ em Camaçari”, disse durante a reunião João Leão, secretário de Desenvolvimento Econômico e também vice-governador do Estado, acrescentando ser iminente a assinatura de protocolo de intenções para instalação de mais uma empresa no Polo, geradora de 1 mil empregos na soma de diretos e indiretos com investimento de R$ 1 bilhão. Ainda segundo Leão a SDE fechou 2020 com 92 protocolos de intenções assinados, que somariam investimentos de R$ 34 bilhões e 7,6 mil empregos di- retos – isso considerando o Estado inteiro: “Temos também412 empreendimentos em fase de estabelecimento com previsão de investimento de R$ 68,5 bilhões e geração de 52,4 mil vagas de empregos diretos”. Depois da saída da Ford duas empresas anunciaram investimento no Polo Petro- químico: a ValfilmNordeste, produtora de filmes plásticos flexíveis, para expandir unidade já existente, e a Titânio América, mais conhecida como Tiasa, que produ- zirá ali dióxido de titânio em nova planta a partir do fim do ano que vem. Disse Leão que, “com a saída da Ford, nós precisa- mos abraçar todas as empresas do Polo Petroquímico, de todos os setores indus- triais, porque nós temos que renovar os empregos da montadora que estamos prestes a perder”. 90 DIAS DE TRÉGUA Na segunda quinzena de fevereiro, após reunião, Ford e sindicato definiram retorno às atividades dos trabalhadores contratados pelos fornecedores instalados no complexo, o que ocorreu na segunda- -feira, 22, o mesmo dia da volta também dos funcionários Ford, em total de 740. Mas são poucos e apenas os das em- presas que aderirem ao acordo interme- diado pelo TRT, Tribunal Regional do Tra- balho, da região: exclusivamente para os funcionários dos fornecedores foi definido cronograma de retorno de 340 trabalha-

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