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48 Abril 2021 | AutoData EVENTO » SEMINÁRIO AUTODATA mas outras não. Não foi um movimento uniforme, não voltou 100%”. O presidente da GM complementou seu raciocínio afirmando que “em 2021 já vimos grandes mudanças, há menos participantes e menos produtos. Mudou bastante o caminho do investimento. Isso tem relação com as estratégias globais: as novas tecnologias, como eletrificação, carros autônomos etc. exigemmuito inves - timento, e esses valores estão sendo trans- feridos do que seria aplicado nos motores a combustão. Ou seja: o foco principal do investimento mudou, e com isso, para os produtos de entrada, a combustão, como os 1.0, sobrou menos capital. E para esse volume menor de investimento ainda se requer certeza do retorno, porque nin - guém sabe qual será a real rentabilidade das novas tecnologias, o risco é enorme. Para o que sobrar, então, nos modelos a combustão, precisa ser certeiro. E no geral o mercado da América do Sul tem muito risco, muita volatilidade”. Igualmente palestrante o presidente da Volkswagen, Pablo Di Si, apresentou sua visão a respeito do etanol e revelou que será nele a aposta de algumas de suas fichas. Os argumentos de Di Si têm apoio da direção global, que considera o etanol caminho viável naAmérica Latina, onde, se sabe, demorarámais a chegar infraestrutu- ra para a mobilidade elétrica. Melhor: seus predicados o colocam como tão eficiente, em termos de emissões, como umveículo elétrico, analisando todo o ciclo de vida. Di Si apresentou dados de um estudo feito pela companhia demonstrando que em todo seu ciclo de vida um veículo a combustão, quando abastecido apenas com etanol, gerará 19,7 toneladas de CO2, enquanto um puramente elétrico, 19,3: “Estávamos analisando amétrica semcon- siderar todo o ecossistema. Na Europa, por exemplo, a energia elétrica não é gerada totalmente por tecnologias limpas”. Agora os engenheiros da Volkswagen estão debruçados em desenvolvimentos que tenhamno etanol o foco central, como alternativa para o Brasil. Não significa aban - donar os elétricos: segue o planejamento de lançar seis modelos VW até 2023, do qual apenas um, o Golf GTE, já está no mercado. AVolkswagen espalha suas fichas em diferentes tabuleiros, portanto. Mas Di Si percebe no etanol potencial para que o Brasil assuma algum protagonismo in - ternacional inclusive no campo elétrico ao desenvolver, quem sabe, uma célula de combustível a etanol que possa ser exportada. A cadeia seria toda beneficiada: produtores brasileiros ampliariam o alcan- ce do próprio etanol e as empresas forne-

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