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27 AutoData | Julho 2021 A perda de participação do setor nas vendas pode ser observada no balanço financeiro da Usiminas, uma das principais fornecedoras do insumo para a indústria automotiva. Nos resultados de 2019 a fatia que correspondia à demanda do setor representou 35% do total vendido pela siderúrgica, índice que em 2020 caiu para 31%. A fatia da construção civil, enquanto isso, saltou de 10% para 14% na mesma comparação. No caso do alumínio a queda da ati- vidade industrial nas montadoras levou o setor automotivo a perder o segundo posto de melhor cliente das usinas que beneficiam o elemento metálico. De acor - do com dados da Abal, Associação Brasi - leira do Alumínio, o setor de transportes representou o terceiro segmento quemais consumiu o insumo em 2020. Kaísa Couto, diretora da área técnica da Abal, diz que “parte da demanda que era cativa do setor automotivo foi absorvida pela indústria de componentes elétricos no ano passado, que teve um aumento da demanda por causa da pandemia”. O levantamento da Abal mostra que em 2020 o setor de transportes consumiu 13,2% da oferta total de alumínio disponível no País no período, que foi de 1,4milhão de toneladas. O setor de eletricidade, por sua vez, absorveu 16,1% da oferta das usinas. O consumo da indústria de embalagens, o principal comprador de alumínio no País, representou fatia de 40,8%. Divulgação/Tesla e Skoda Distribuição de volumes semelhante ocorreu no segmento de insumos plás- ticos, que viu diminuir os volumes para o setor automotivo no ano passado por causa das paradas da produção, diz Fá- tima Giovanna Coviello Ferreira, diretora de economia e estatística da Abiquim, a Associação Brasileira da Indústria Química: “Falando sobre insumos termoplásticos o que se deixou de entregar para a in - dústria de autopeças, nosso maior cliente dentro da indústria automotiva, teve como destino empresas produtoras de artigos sanitários e também de embalagens. Os volumes de vendas de resinas e outros componentes químicos comaplicação au- tomotiva também caíram no ano passado, uma vez que a paralisação dasmontadoras afeta também toda a cadeia”. Ela observa, ainda, que o setor deixou de crescer mais no ano passado também por causa das perdas no setor automotivo. Dados da entidades mostram que no ano passado a produção teve leve elevação de 0,12% na comparação com a registrada em 2019, enquanto as vendas internas subiram 1,71% na mesma base de comparação. RETOMADA EM 21 Se em 2020 o carrinho estava mais vazio este ano as expectativas giram em torno de um leve aumento do apetite das fabricantes de veículos e de componentes por seus principais insumos, mas nada que possa promover o esvaziamento das prateleiras. A projeção de crescimento de 25% na produção estimada pela Anfavea podemovimentar as compras dematérias - -primas, ainda que cada indústria tenha que enfrentar desafios específicos com vistas às vendas maiores no ano. Na trilha da indústria do aço o maior obstáculo é a questão do preço, alvo de reclamações de montadoras e fabricantes de autopeças. De janeiro a maio, segun - do levantamento da S&P Global Platts, o valor da bobina de aço plano cresceu 46% ante igual período de 2020, para R$ 6,8 mil. No acumulado dos últimos doze meses a alta foi de 130%. Para Pereira, da XP Investimentos, “estão aí, afora as ques-

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