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26 Julho 2021 | AutoData MATÉRIAS-PRIMAS » DEMANDA N o ano passado o setor automotivo foi às compras nomercado de insumos e saiu com o carrinho mais vazio do que de costume. Na área dos metais pegou menos aço e menos alumínio. O comportamento foi similar na seção de componentes químicos, principalmente aqueles necessários para se produzir par- tes e peças plásticas. Não que a receita para se fazer veículos tenha mudado: o que mudou foi o tamanho do apetite. A participação do setor nas vendas dos fornecedores desses materiais caiu devido à pandemia, que paralisou e se- gue promovendo paradas na produção das montadoras, com reflexo também no fluxo produtivo dos sistemistas e na sua cadeia de suprimentos. No caso do aço as montadoras tiveram de reorganizar o fluxo de entregas dos produtos laminados considerando os períodos de inatividade. “No caso das montadoras, que firmam contratos de longo prazo, ocorreu uma espécie de escalonamento do volume comprado, ou seja, distribuíram os volu - mes de acordo com um cronograma de produção variável por causa da pandemia e da crise dos semicondutores”, diz Yuri Pereira, analista da XP Investimentos. “Em alguns meses houve poucos ou nenhum pedido por mais aço laminado plano.” Os números do Instituto Aço Brasil mostram que as vendas internas de aços laminados, tipo mais consumido pelas montadoras, cresceram 72% no ano pas- sado na comparação com o volume ven- dido em 2019, somando 19 milhões de toneladas. O desempenho positivo, conta Paulino Oliveira, analista da Belo Invest- Por Bruno de Oliveira Carrinho mais vazio Consumo menor de matérias-primas produziu reflexos na cadeia produtiva, que busca novas aplicações em veículos ment Research, está atrelado ao aumento da demanda de outros setores, que aca- baram absorvendo o que naturalmente seria consumido pelo setor automotivo: “O volume que o setor automotivo deixou de consumir durante o período de inatividade das fábricas acabou divi - dido para outros setores que mantiveram a produção constante durante a pandemia, como é o caso do setor de linha branca, que produz eletrodomésticos, além, claro, de parte desta produção de laminados ter sido direcionada para o Exterior, que está atraente por causa do câmbio”.

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